Um amigo jesuíta, Juan Masiá, que vive há  trinta anos no Japão, contou-me uma história muito significativa,  passada numa paróquia japonesa. O missionário estrangeiro começou a  notar que os paroquianos deixaram de frequentar a missa por ele  celebrada. Intrigado, decidiu informar-se discretamente. Foi recebendo  respostas evasivas, até que alguém ganhou coragem e lhe disse: "E por  causa do gato." Achou estranho, embora se lembrasse de que uns meses  antes tinha agarrado pelo rabo um gato vadio que andava pela cozinha e o  tinha atirado contra a parede. No entanto, não via razão para o  afastamento dos paroquianos. Quando tentaram explicar-lhe, disse-lhes,  indignado: "Tanto esforço para ensinar-vos que o ser humano tem alma e  os animais não e agora ficais chateados por causa da morte do gato, um  animal irracional?!" Mas os cristãos responderam-lhe: "O problema não é a  alma do gato, se tem ou não tem alma. O problema é você. Que terá no  íntimo do coração, se foi capaz de a sangue frio esborrachar o gato  contra a parede?"
Ver aqui o texto integral de Anselmo Borges, no DN de Sábado. 

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