Porque Ele sabe que temos sede.
Porque a oração é o regador da nossa Fé.
Este blog, é um espaço de oração e de partilha.
Sinta-se livre para participar ;-)
2013-03-15
Diálogo com o Evangelho
Diálogo com o Evangelho de Domingo, 17 de março, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".
Sempre que leio passagens do Evangelho, como a de hoje, não deixo de me admirar de conseguir, com frequência, novos entendimentos sobre o que Jesus nos quer dizer. Por isso, venho insistindo nesta prática com frequência crescente na minha oração pela riqueza enorme que a mesma me traz. Nesta passagem, sempre me centrei na ideia do perdão não me apercebendo de que a decisão que Jesus me pede é em total liberdade.
De facto, hoje, ao ler esta belíssima passagem sobre a mulher adúltera, não pude deixar de “ouvir” com outra atenção as palavras de Jesus “ Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!”. Jesus não lhes disse para seguirem a lei ou seguirem-no a Ele, pois isso retirava-lhes a liberdade de decisão ao colocá-los num dilema entre a Lei de seus pais ou a Lei que Jesus lhes veio dizer que era a Lei de Deus. Jesus apenas lhes disse: “examinai a vossa consciência e decidi; se não tiverdes pecados, se sois puros de coração, então atirai a pedra”. E a verdadeira tomada de consciência que Jesus lhes permitiu levou-os à única atitude possível como pecadores que todos somos na nossa imperfeição humana.
É, de facto, em total liberdade que Jesus pretende que o sigamos e por isso apela sempre à nossa consciência e à nossa razão. Jesus não pretende uma corte de escravos que o seguem com medo da condenação, mas uma Igreja de convertidos à sua maneira de viver através do Amor, amor a Deus e amor ao próximo. Se Deus não nos tivesse dado esta liberdade o Amor não poderia existir. Pois amor sem liberdade ou é mera paixão, sempre efémera, ou é escravidão ditada pelo medo e que mais tarde, ou mais cedo, se revolta.
Com as palavras que dirigiu aos que se propunham condenar ao apedrejamento aquela pecadora, Jesus apenas se limitou a confrontá-los com o seu pecado antes de decidirem. E é sempre a isto que as palavras de Jesus fazem apelo: que nos reconheçamos pecadores e humildes de coração, aceitando a sua presença permanente e os seus ensinamentos como bálsamo curativo que nos eleva à condição de “irmãos” em Jesus Cristo, irmãos que esperam um dia poder entrar na Casa de Deus e partilhar de todos os bens que Ele para nós preparou, para nos tornarmos verdadeiramente filhos pródigos.
Por isso rezo com todos os que possam ler estas palavras: Jesus abre o meu espírito e a minha consciência ao teu Amor para que eu possa decidir e julgar sempre livremente e com a justiça que esse Teu Amor nos inspira e que se resume a perdoar setenta vezes sete vezes, como disseste aos Teus apóstolos, ou seja, perdoar sempre e não condenar.
Domingo (ontem)fui a um dos encontros do meu grupo de Cristãos de Base. É constituído maioritariamente por pessoas muito simples, mas da boca deles sairam comentários como: «Esta passagem do Evangelho não mostra só o perdão, também nos obriga a metermos a mão na consciência» «Jesus, antes de falar, pôs-se a escrever no chão, onde seria rapidaente apagado. Se fosse para ficar, escreveria com caneta em papel»
Pela minha parte, devo dizer que é um dos textos que mais aprecio.
Como é que Jesus faz justiça?
ResponderEliminarQuem somos nós para atirar pedras aos outros?
Sempre que leio passagens do Evangelho, como a de hoje, não deixo de me admirar de conseguir, com frequência, novos entendimentos sobre o que Jesus nos quer dizer. Por isso, venho insistindo nesta prática com frequência crescente na minha oração pela riqueza enorme que a mesma me traz. Nesta passagem, sempre me centrei na ideia do perdão não me apercebendo de que a decisão que Jesus me pede é em total liberdade.
ResponderEliminarDe facto, hoje, ao ler esta belíssima passagem sobre a mulher adúltera, não pude deixar de “ouvir” com outra atenção as palavras de Jesus “ Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!”. Jesus não lhes disse para seguirem a lei ou seguirem-no a Ele, pois isso retirava-lhes a liberdade de decisão ao colocá-los num dilema entre a Lei de seus pais ou a Lei que Jesus lhes veio dizer que era a Lei de Deus. Jesus apenas lhes disse: “examinai a vossa consciência e decidi; se não tiverdes pecados, se sois puros de coração, então atirai a pedra”. E a verdadeira tomada de consciência que Jesus lhes permitiu levou-os à única atitude possível como pecadores que todos somos na nossa imperfeição humana.
É, de facto, em total liberdade que Jesus pretende que o sigamos e por isso apela sempre à nossa consciência e à nossa razão. Jesus não pretende uma corte de escravos que o seguem com medo da condenação, mas uma Igreja de convertidos à sua maneira de viver através do Amor, amor a Deus e amor ao próximo. Se Deus não nos tivesse dado esta liberdade o Amor não poderia existir. Pois amor sem liberdade ou é mera paixão, sempre efémera, ou é escravidão ditada pelo medo e que mais tarde, ou mais cedo, se revolta.
Com as palavras que dirigiu aos que se propunham condenar ao apedrejamento aquela pecadora, Jesus apenas se limitou a confrontá-los com o seu pecado antes de decidirem. E é sempre a isto que as palavras de Jesus fazem apelo: que nos reconheçamos pecadores e humildes de coração, aceitando a sua presença permanente e os seus ensinamentos como bálsamo curativo que nos eleva à condição de “irmãos” em Jesus Cristo, irmãos que esperam um dia poder entrar na Casa de Deus e partilhar de todos os bens que Ele para nós preparou, para nos tornarmos verdadeiramente filhos pródigos.
Por isso rezo com todos os que possam ler estas palavras: Jesus abre o meu espírito e a minha consciência ao teu Amor para que eu possa decidir e julgar sempre livremente e com a justiça que esse Teu Amor nos inspira e que se resume a perdoar setenta vezes sete vezes, como disseste aos Teus apóstolos, ou seja, perdoar sempre e não condenar.
Gostei de ler os comentários do Paulo e do Hugo.
ResponderEliminarDomingo (ontem)fui a um dos encontros do meu grupo de Cristãos de Base. É constituído maioritariamente por pessoas muito simples, mas da boca deles sairam comentários como:
«Esta passagem do Evangelho não mostra só o perdão, também nos obriga a metermos a mão na consciência»
«Jesus, antes de falar, pôs-se a escrever no chão, onde seria rapidaente apagado. Se fosse para ficar, escreveria com caneta em papel»
Pela minha parte, devo dizer que é um dos textos que mais aprecio.
António da Veiga