Extracto da entrevista a João Manuel Resina Rodrigues (conduzida por António Marujo) na PUBLICA de hoje (que é obrigatório ler):
«O mal no mundo é uma coisa trágica e é o grande desafio. Se há razão para se perder a fé, é o mal. Por outro lado, há coisas boas no mundo, há amor e verdade. Como diz um livro que ainda há dias estive a ler: porque é que Deus existe se há mal, porque não existe Deus se há bem?
A fé cristã é acreditar em Deus, mas é não deixar de reconhecer que o mal é um grande problema. O mundo sem mal não era possível, mas Deus teve a coragem de nos pedir que aceitássemos este mundo. Aceitar este mundo não é ter uma explicação sobre porque é que há mal, é tentar fazer o melhor que se pode: tentar, como Jesus nos ensinou, lutar contra a pobreza, contra a miséria, contra o ódio, com amor.
Deus sabia que era tão duro, que achou que era honesto vir experimentar. Jesus veio experimentar, mas não nos deu as explicações que às vezes queremos. Isto ouvi quando andava no Técnico. Havia a Acção Católica e a JUC, Juventude Universitária Católica e a JUCF, das raparigas, que tinha um assistente que era um jesuíta, o padre Domingos Maurício. Era um historiador de valor e um homem muito inteligente. Uma vez, ele disse uma coisa que me ficou na memória: "Vocês podem ler o evangelho da frente para a trás ou de trás para a frente e nunca encontram Jesus a explicar porque é que há mal." É uma evidência e Jesus de certa maneira ajudou os discípulos a perceber essa evidência.
Há uma coisa que ele disse: "Venham lutar contra o mal, venham comigo." É um erro quando os padres e as pessoas devotas se põem a explicar coisas sobre o mal.
O que há a fazer é pensar como Jesus: há muita coisa mal no mundo, vamos tentar melhorar o que pudermos e, se não se melhora à pancada, melhora-se com amor e com rectidão. »
«O que há a fazer é pensar como Jesus: há muita coisa mal no mundo, vamos tentar melhorar o que pudermos e, se não se melhora à pancada, melhora-se com amor e com rectidão. »
ResponderEliminarBem visto!