Recentemente, pela boca do cardeal James Francis Stafford, penitenciário-mor doVaticano, foram denunciadas e etiquetadas como pecado algumas formas de utilizar as novas tecnologias da informação, designadamente a leitura de jornais, a navegação na Internet e a televisão em excesso.
A esse propósito, um teólogo comentou: «Não há dúvida que hoje há um gasto imoderado de tempo que leva muitas vezes a grande passividade, à distracção do mais importante. O que há fundamentalmente é falta de amor».
E outro aconselha: «Quando se prejudicaram a si próprias, quando não cumpriramos seus deveres, quando prejudicaram a vida familiar por causa desses excessos, as pessoas podem referir essa questão quando se confessarem».
Recordemos que o próprio Papa, no seu encontro com jovens universitários no passado Domingo de Ramos, dedicado neste ano ao tema «Projectar a cultura: a linguagem dos meios de comunicação», reconheceu: «Infelizmente, temos de constatar que em nosso tempo as tecnologias e os meios de comunicação nem sempre favorecem as relações pessoais». Nada disto contraria, contudo, as directivas de João Paulo II em 1992 a propósito da Nova Evangelização, “nova no ardor, nova nas expressões, nova nosmétodos”: todos os meios são bons para levar a Boa Nova “a toda a criatura”, incluindo a Internet.
É claro que tudo está na forma como as coisas são usadas. Se calhar passar demasiado tempo a olhar para o mar tb é pecado...
ResponderEliminarMas parece que só em Portugal é que as palavras do cardeal foram interpretadas no sentido de novos pecados. Vale a pena, por isso, transcrever esta notícia, da TVNET:
«As referências ao excesso de consumo de jornais, Internet e televisão não devem ser interpretadas como caracterizadoras de "novos pecados", explicou ontem o cardeal norte-americano James Francis Stafford, corrigindo o sentido que fora dado às suas palavras pela agência Ecclesia. A agência de informação católica tinha noticiado que o cardeal se tinha referido a "novos e velhos pecados" na homilia do Rito da Reconciliação, proferida na Basílica de São Pedro, em Roma, no âmbito das celebrações da Semana Santa. Citado pelo site www.tvnet.com.pt, James Francis Stafford afirmou: "O que eu pedi foi às pessoas para fazerem um exame de consciência - "Será que gasto uma quantidade desproporcional de tempo a ler jornais, vendo televisão e navegando na Internet, em comparação com o tempo gasto lendo e meditando sobre as sagradas escrituras?"". O responsável da TV Net, André Rodrigues, disse à Lusa que James Stafford se revelou "surpreendido" pela interpretação que as suas palavras tiveram nos media em Portugal.»