2016-03-31

Ressurreição: ponto de vista de um filósofo


Quem nunca teve dúvidas sobre a Ressurreição? Para dar uma ajuda ao debate, creio que oportuno para este tempo de Páscoa, deixo aqui um artigo de um filósofo contemporâneo, Peter van Inwagen, sobre a possibilidade da ressurreição (o autor, que, note-se, tem uma obra respeitada em vários domínio como metafísica, ontologia etc, publicou também um livro sobre o assunto, ver imagem). 
Desejo felicidades na leitura.

2016-03-27

Diálogo com o Evangelho


Diálogo com o Evangelho do Domingo de Páscoa, 27 de Março, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

ALELUIA! Ressuscitou!


Jo. 20,1-9.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

2016-03-19

Diálogo com o Evangelho


Diálogo com o Evangelho do Domingo de Ramos, 20 de Março, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho do Domingo de Ramos, 20 de março


Lc. 20, 28 - 40
Depois de ter Jesus assim falado, ia adiante deles, subindo para Jerusalém. Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte chamado Olival, enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós e, ao entrar ali, achareis preso um jumentinho, que nunca foi montado; desprendei-o e trazei-o. Se alguém vos perguntar: Por que o desprendeis? respondereis assim: O Senhor precisa dele.
Partiram os que tinham sido enviados e acharam conforme lhes dissera Jesus.
Enquanto desprendiam o jumentinho, perguntaram-lhes os seus donos: Por que desprendeis o jumentinho? Responderam: O Senhor precisa dele. Trouxeram-no a Jesus e, lançando as suas capas sobre o jumentinho, fizeram-no montar.
Enquanto ele caminhava, muitos estendiam as suas capas na estrada. Quando ele já ia chegando à descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou jubilosa a louvar a Deus em altas vozes por todos os milagres que tinha visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! paz no céu e glória nas maiores alturas!
Alguns dos fariseus dentre a multidão lhe disseram: Mestre, repreende os teus discípulos.
Respondeu-lhes: Declaro-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão.

2016-03-12

Diálogo com o Evangelho


Diálogo com o Evangelho do 5º Domingo da Quaresma, 6 de Março, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 13 de Março


Jo. 8,1-11.
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo, e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».

2016-03-05

Jesus tinha 2 Pais

Sobre a polémica que  dominou comentários políticos e mediáticos, António Marujo escreveu este  comentário no Diário de Notícias:

A imagem do Bloco sobre Jesus tem um problema constitucional: pode um partido político fazer profissão de fé pública em Jesus Filho de Deus – aquilo em que acreditam os cristãos? Se, por exemplo, um primeiro-ministro se benzesse publicamente, quantos não o censurariam por ameaças à laicidade? António Guterres fê-lo uma vez e foi criticadíssimo (ou seja, um político perde o direito às convicções pessoais, mesmo se tal não ameaça em nada o Estado ou a laicidade).
O BE faz pelo menos duas profissões de fé: em Jesus como Filho de Deus e em Deus-Pai. E tem outro problema: ignora a figura da mãe e refere apenas o tradicional Deus-pai. O que, para muitos cristãos, hoje, é redutor, porque entendem Deus como pai e mãe. O Bloco alia-se, assim, ao cristianismo conservador (também na imagem usada).
A frase não é original, já vários grupos protestantes e católicos a publicaram – ver o BE a imitar cristãos tem graça... E, mais do que ofensiva (o que a frase diz é verdade cristã), a imagem é um desastre de comunicação. Como diz o grupo Rumos Novos, de homossexuais católicos: “Atitudes como [esta] terão sempre o efeito contrário ao pretendido e tornarão mais difícil a integração plena das pessoas de orientação homossexual, criando anticorpos...” E Marisa Matias, a eurodeputada do Bloco, escreveu no Facebook: “Acho que saiu ao lado da intenção que se pretendia. Que foi um erro.”
Seria interessante ver o Bloco preocupado também, por exemplo, em apoiar as crianças cristãs perseguidas só pelo facto de o serem (na Síria, Iraque, Palestina, Índia...). E também seria interessante ver a indignação de tantos católicos voltar-se não tanto contra cartazes com pouca graça mas contra a tirania financeira que despreza as pessoas – filhas de Deus e irmãs umas das outras, como afirma a fé cristã. É porque o Deus dos cristãos deve rir-se imenso com estas birras sem interesse. O que o afligirá mesmo é o sofrimento de tantas pessoas.

Ver aqui o texto original.

Diálogo com o Evangelho


Diálogo com o Evangelho do 4º Domingo da Quaresma, 6 de Março, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho do 4º Domingo da Quaresma


O Retorno do Filho Pródigo. Séc. XVII, de Rembrandt
 Museu Hermitage, em São Petersburgo.

Lc. 15,1-3.11-32.
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo:  "Este homem acolhe os pecadores e come com eles».
Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:
«Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta.  Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’.
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.
Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’.
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele.  Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’.
Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».