«Toda a celebração deve respirar, nos gestos, nas palavras, no canto, a alegria de sermos perdoados e a alegria de darmos o perdão.
A Eucaristia não é de santos, não é um sacramento celestial. É um sacramento da terra, do pão, do vinho e dos trabalhos dos seres humanos.
Se excluirmos os pecadores, em processo de conversão, da Eucaristia, estaremos numa celebração de fariseus, de convencidos que saem piores da missa do que quando dela se aproximaram.»
(...)
«Se Jesus Cristo ressuscitado não for o primeiro a chegar – em toda a sua realidade – à missa e a presidi-la, não haverá missa. E isto é muito difícil de reconhecer. Estamos sempre à espera que o padre chegue ou à espera que ele já tenha chegado. Ora, o padre é, apenas, o sacramento – sinal e instrumento se o não atraiçoar – da presidência de Cristo ressuscitado. Não vem substituir Cristo. A “presença real” de Cristo não começa, pois, na Consagração...
Sobre a “presença real”, a primeira questão é esta: estamos, aqui, realmente presentes uns aos outros ou somos irreais uns para os outros? A saudação da paz não é uma garantia. Acontece que saudamos o vizinho do lado, na missa, mas acabada a missa continuamos estranhos. No entanto, não podemos esquecer uma observação que circula há bastante tempo: procurei a Deus e não o encontrei; procurei a minha alma e não a encontrei; procurei o próximo e encontrei os três.
Seremos, fora da missa, presença real aos pobres, aos sem abrigo, aos desempregados, aos emigrantes (ou somos do partido nacionalista)?
Se esses mundos tiverem alguma coisa contra nós – os que vamos à missa – Cristo apressou-se a dizer-nos a reconciliação que temos de fazer.
S. João, que tem um grande discurso sobre o pão da vida, não relata as palavras da Consagração. Substituiu-as pelos gestos do serviço – o lava pés – sem conotação religiosa. Jesus, aliás, não era um grande liturgo.
O que nos torna realmente presentes a Deus – que nos está sempre presente – é a fé, a esperança e a caridade. São os actos destas virtudes teologais que nos tornam presentes a Deus e aos irmãos.»
A Eucaristia não é de santos, não é um sacramento celestial. É um sacramento da terra, do pão, do vinho e dos trabalhos dos seres humanos.
Se excluirmos os pecadores, em processo de conversão, da Eucaristia, estaremos numa celebração de fariseus, de convencidos que saem piores da missa do que quando dela se aproximaram.»
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«Se Jesus Cristo ressuscitado não for o primeiro a chegar – em toda a sua realidade – à missa e a presidi-la, não haverá missa. E isto é muito difícil de reconhecer. Estamos sempre à espera que o padre chegue ou à espera que ele já tenha chegado. Ora, o padre é, apenas, o sacramento – sinal e instrumento se o não atraiçoar – da presidência de Cristo ressuscitado. Não vem substituir Cristo. A “presença real” de Cristo não começa, pois, na Consagração...
Sobre a “presença real”, a primeira questão é esta: estamos, aqui, realmente presentes uns aos outros ou somos irreais uns para os outros? A saudação da paz não é uma garantia. Acontece que saudamos o vizinho do lado, na missa, mas acabada a missa continuamos estranhos. No entanto, não podemos esquecer uma observação que circula há bastante tempo: procurei a Deus e não o encontrei; procurei a minha alma e não a encontrei; procurei o próximo e encontrei os três.
Seremos, fora da missa, presença real aos pobres, aos sem abrigo, aos desempregados, aos emigrantes (ou somos do partido nacionalista)?
Se esses mundos tiverem alguma coisa contra nós – os que vamos à missa – Cristo apressou-se a dizer-nos a reconciliação que temos de fazer.
S. João, que tem um grande discurso sobre o pão da vida, não relata as palavras da Consagração. Substituiu-as pelos gestos do serviço – o lava pés – sem conotação religiosa. Jesus, aliás, não era um grande liturgo.
O que nos torna realmente presentes a Deus – que nos está sempre presente – é a fé, a esperança e a caridade. São os actos destas virtudes teologais que nos tornam presentes a Deus e aos irmãos.»
Frei Bento Domingues, homilia de quinta-feira santa
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