Lc. 18,9-14.
Disse também a seguinte parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por justos e desprezando os demais:
«Dois homens subiram ao templo para orar: um era fariseu e o outro, cobrador de impostos. O fariseu, de pé, fazia interiormente esta oração:
'Ó Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo.'
O cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo:
'Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.'
Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o outro não.
Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.»
«Observastes este fariseu em oração? Ele não era, nem um ladrão, nem injusto, nem adúltero. Não negligenciava a penitência. Jejuava dois dias por semana, dava o dízimo de tudo quanto possuía... Mas não estava esvaziado de si mesmo, não se despojara de si próprio (Fl 2,7), não era humilde, mas, pelo contrário, altivo. Com efeito, não se preocupou em saber o que ainda lhe faltava, mas exagerou o seu mérito; Não estava cheio, mas inchado. E foi-se embora vazio, por ter simulado a plenitude. O publicano, pelo contrário, porque se humilhou a si próprio e se preocupou em se apresentar como um vaso vazio, pôde trazer uma graça muito mais abundante.»
ResponderEliminardo 3º sermão sobre a Anunciação, 9-10 de S. Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja
O comentário é muito bem feito a meu ver e obrigado por o teres publicado Domingas.
ResponderEliminarno entato será que nós conseguimos descobrir hohe o que é estar "cheio" e estar "vazio" diante de Deus? Prefiro falar em "auto-suficiência" e "dependência". Que lhes parece?
frei Eugénio
É uma boa ideia tentar traduzir para português «corrente». Parece-me boa a sugestão.
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