aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e lhe chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro
"Portugal Futuro", Palavra[s] de Lugar, in Homem de Palavra[s]
Fantástico poema! e que poeta este! Para quem não tiver tempo de ler pode sempre ouvir um dos seus poemas, A margem da alegria, declamados por vários actores. Dá para ouvir no carro...
ResponderEliminarTambém se pode ler esta página: nescritas.nletras.com/poemasruybelo/
Armando:
ResponderEliminarEste poema é de facto admirável!
Onde se pode ir buscar os poemas declamados?
A edição de 2003 é da Assírio & Alvim. Eu creio que se arranja na Webboom, por exemplo.
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