2008-04-16

Juventude inquieta

Agora que o abalo da violência nas escolas está a passar, talvez valha a pena confrontar o retrato do país com o retrato da juventude em um país como o Reino Unido. Em Fevereiro o The Tablet publicou uma reportagem intitulada Truth about youth. Há vários elementos dignos de nota:
- a confirmação por estudos do papel decisivo do pai e da sua autoridade na formação de um adolescente;
- a visão de um deputado sobre a radical mudança do país, sobretudo no que toca à completa perda de valores comuns na sociedade e, com isso relacionado, um aumento assustador da criminalidade; as consequências sociais das políticas dos anos 80 (desemprego e consequente rarefacção de núcleos familiares e aumento de mães solteiras)...
- uma mãe que escreve sobre o seu filho adolescente e como os rapazes incorrem em mais perigos que as raparigas dado que há entre eles um elemento muito mais competitivo em matéria de cultura de rua (streetwise).
Há enfim um professor expondo as suas perplexidades perante adolescentes freneticamente à procura da felicidade (na bebida, nos seus encontros amorosos, na Internet...) que conclui:
"Têm cada vez menos disposição para gostarem das actividades em si, de reconhecer o seu valor intrínseco, cada vez menos capazes de aceitarem absorver conhecimento e a vida devagar e de forma contínua. É o resultado final que os alicia, e não o "chegar lá."
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2 comentários:

  1. Como pai e professor a interrogação é: como despertar nos mais novos o gosto por aprender?
    E aprender não tanto as matérias de estudo escolar, mas principalmente aprender a arte de viver.
    No fundo é a decoberta do que nos faz felizes, a nós e aos outros.
    E custa constatar que neste processo a humanidade não vá em crescendo, mas que até se anda para trás. Nada está adquirido. Uma geração não consegue transmitir à seguinte o melhor que adquiriu.
    José Matoso, num notável RTJ de há uns bons anos atrás dizia, perante a nossa ingenuidade, que não acreditava na evolução da história es espiral, mas antes em altos e baixos sucessivos.

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  2. Antes de mais: bem me lembro dos RTJ!Eu creio que há bastas razões para provar o que o José Matoso dizia (por ex., no domínio da transmissão da cultura: livros que se perdem e são reencontrados mais tarde para modificarem a história: pense-se em Ptolemeu, em grande parte da literatura e da matemática grega). Mas isso só acresce à nossa responsabilidade!

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