É também com Nun'Álvares que se institui a prática do caldeirão da sopa dos pobres que, ainda hoje, com nova urgência, se serve nos Anjos, em Lisboa. Sendo o homem mais abastado do Reino, retirou-se para a vida espiritual na Ordem do Carmo deixando os seus bens ao serviço dos mais desprotegidos.
A virtudes humanas de Nun'Álvares Pereira transformaram-no num modelo para os portugueses para saber vencer provações, em tempos de crise. Gerou uma devoção contínua nos últimos seis séculos. Desde o momento da sua morte que foi considerado santo - o Santo Condestável - sendo a sua sepultura um lugar de culto continuado até ao Terramoto de 1755 e, depois, nos diferentes lugares das relíquias. A canonização não é, por isso, um acto feito agora, nos primeiros anos do século XXI, por um súbito milagre. O processo de canonização em Roma conheceu a estagnação que, por vezes, os portugueses põem nas suas causas, a par de uma eficaz resistência espanhola.
Inês Dentinho
Nesta entrevista ficamos a conhecer melhor este notável português.
Agradeço muito ao Paulo oter colocado um post sobre o D. NUNO ÁLVARES PEREIRA, com um artigo da Dr.a Inês Dentinho e sobretudo a entrevista televisiva com o Doutor João Gouveia Monteiro e com o D. Carlos Azevedo.
ResponderEliminarFiquei entusiasmado com o que vi e ouvi! E tudo sem apologética com água benta, mas com conhecimentos históricos das fontes. Parabéns ao REGADOR.
MV
A entrevista ao Câmara Clara é muito valiosa sobretudo pelo testemunho muito circunstanciado do ponto de vista da história militar do Prof. Gouveia Monteiro. Há outros aspectos que eu gostaria de ver mencionadas na entrevista (e.g. a sua ajuda em cereais para Espanha ou o apoio à construção de sinagogas e mesquitas.
ResponderEliminarNão conhecia o livro de D. António Ferreira Gomes sobre Nun'Álvares Pereira. Foi uma óptima surpresa. É uma peça de teatro (de resto lembro que D. Carlos Azevedo nos tempos em que esteve ligado ao Seminário do Porto fez uma vez, com os seminaristas como actores e músicos, a peça de Thomas S. Eliot, Murder in the Cathedral (sobre S. Tomás Becket). Gostei muito. Foi ele que a encenou.
Acho que os intervenientes têm alto nível e impressionou-me particularmente a serenidade clara e esclarecida de ambos mas sobretudo do João Gouveia Monteiro. Aprendo muito do dizer deles e ajudou sobremaneira a enquadrar as coisas no seu tempo e época, a relativizar certos mitos e a melhor apreciar a dimensão histórica e humana de uma personagem de referência para todos nós como o será sempre o Nuno Álvares Pereira.
ResponderEliminarFrancisco de Sousa Fialho
Boa sugestão. Vi parte da entrevista em directo e gostei muito
ResponderEliminarObrigado ao REGADOR pela informação.
ResponderEliminarOuvi o testemunho de amigos que estiveram em Roma a participar na canonização e todos dizem que foi uma cerimónia sentida e muito rica. Pena foi que não estivessem mais altos responsáveis da nação. É efectivamente uma figura muito particular e com valores, sentimentos e identidade muito invulgar.
Mais uma vez vim ao REGADOR, blogue muito bem estruturado e apresentado, e li o artigo sobre D.Nuno Álvares Pereira e acompanhei a interessante entrevista. Aprendi mais! Obrigado pela informação.
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