A propósito da publicação do livro
"Réu da República: o Missionário D. António Barroso, Bispo do Porto" (Aletheia, 2009)
"Réu da República: o Missionário D. António Barroso, Bispo do Porto" (Aletheia, 2009)
Gostei deste texto de João Carlos Espada.
Aqui ficam estes excertos:
"Quando Afonso Costa declarou que a República acabaria com o catolicismo em duas gerações, forneceu um sinal importante para compreender a natureza autoritária do seu entendimento do conceito de liberdade e de República. Para ele, liberdade não era o conceito clássico, a que chamamos negativo, de ausência de coerção intencional por terceiros. Para ele, liberdade queria dizer libertação de concepções que ele considerava erradas e opressoras, como a religião católica."
"Perante este dilema [casamento ou não de pssoas do mesmo sexo], uma sociedade livre tem uma solução relativamente simples, embora ela possa não satisfazer os fundamentalistas de ambos os lados: manter o casamento para pessoas de sexo diferente e criar uma instituição jurídica diferente para as uniões do mesmo sexo. Estas últimas podem também ser abertas a casais de sexo diferente que considerem a sua união equivalente às uniões entre casais do mesmo sexo.
Esta foi a solução pacificamente adoptada na "livre Inglaterra", com a criação das "civil partnerships". É a solução liberal por excelência, que corresponde ao princípio "live and let live", viver e deixar viver. Não requer um acordo, nem sequer uma votação por maioria. Deixa espaço para a convivência pacífica entre as duas opiniões, sem que uma tenha de se impor à outra."
O modelo inglês é de facto mais justo. Eu pergunto-me a respeito do modelo proposto agora - pergunta que dirijo aos juristas - se passa ou não a fazer parte do código civil (assim que descer à Assembleia)? Se assim for, nas aulas de educação sexual deverá ser ensinada uma visão da sexualidade em que, normativamente, se inclui a homossexualidade. Sim porque a liberdade de orientação é uma coisa, a liberdade de pensar diferente sobre outras orientações que não a sua é outra coisa. Ou não?
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