Mas é muito importante a forma como a figura de Jesus ilumina a questão do homem, este enigma que nós somos. Ele achava que Jesus iluminava muito esse enigma. Isso faz com que aquilo que possamos pensar sobre Saramago e as diatribes dele, as polémicas com a Bíblia, com a herança cristã e com a Igreja mais institucional hão-de ser agora relidos com outros olhos e com aquela distância que só o tempo dá, permitindo ver como nele há uma procura espiritual que certamente o livro “Caim” não encerra, mas que pode agora ser olhada e aberta a novas interpretações.
José tolentino de Mendonça, 19.06.2010
A conversa entre ambos, a propósito de Caim, não deixa tanta coisa assim em aberto
ResponderEliminar. Ou acham que não?
A conversa está aqui: http://aeiou.expresso.pt/video-saramago-eu-nao-sou-intolerante-sou-radical=f543427
ResponderEliminarO diálogo entre os dois Josés, Saramago e Tolentino, deixou em aberto o que nós quisermos abrir. A meu ver a questão do diálogo entre eles é a incomunicabilidade. De um lado a interpretação do ateu crítico das histórias bíblicas e da Igreja, e do outro a do crente que a interpreta à sua maneiras essa histórias. A meu ver, no entanto, não há comunicação. Pode ficar em aberto é apercebermo-nos que esta incomunicabilidade está muito mais presente do que podemos imaginar. Tenho a experiência frequente, quando tento ter alguns diálogos sobre questões que considero vitais: um sentido para a vida; o Deus Jesus de Nazaré veio revelar; a importância de alguns valores como o bem comum, na educação. A verdade é que me encontro diante da mesma situação de incomunicabilidade.
ResponderEliminarOs discursos dos outros não comunicam com o meu nem o meu com o deles. As palavras e as noções têm sentidos completamente diferentes.
Quem dera que um novo Pentecostes nos ajudasse!
Frei Eugenio