2010-12-08

Cristãos na Palestina

Muro de separação, em Belém (Setembro, 2010)

Vale a pena ler
este artigo completo de Adel Sidarus sobre o conflito entre Israel e os Palestinianos. E em especial sobre a situação dos cristãos em Israel.


Aqui ficam alguns extractos.

"Em 1948, na véspera da proclamação unilateral da criação do Estado de Israel, os cristãos formavam 28% da população palestina. Hoje, numa população de quase sete milhões, eles não representam mais que 2 a 3%!"

"Dez anos depois da data nefasta de 1948, 80% dos cristãos palestinos tinham já optado pelo exílio. Enquanto nos anos cinquenta, a população cristã de Belém se situava nos 2/3 do total, hoje já não perfaz mais de 1/3. Em Jerusalém, outrora pouco habitada por muçulmanos e judeus, mal se contabilizam hoje 12% de cristãos."

"Numa entrevista não muito velha com D. Michel Sabbah, patriarca latino emérito de Jerusalém, à questão sobre a situação dos cristãos na Palestina, respondeu que era exactamente igual para todos os árabes do país: “Cristãos ou muçulmanos, fazemos parte do mesmo povo e partilhamos a mesma cultura, a mesma história. Somos todos um povo oprimido por um outro povo. Um povo cuja terra é ocupada militarmente por um povo alheio.”

“Há, pois, um confronto, mas ele não é nem religioso, nem cultural. É simplesmente político! O Ocidente trata o Oriente e os que nele vivem como menores. Enquanto existir essa relação entre dominante e dominado, não sairemos da espirale da violência. As raízes do terrorismo mundial estão lá. O Oriente não é dono do seu destino, é submetido à vontade e domínio ocidental."

“o problema não é o islão, mas o confronto entre o Oriente e o Ocidente (eu especificaria: dito cristão...). O colonialismo histórico (que durou cerca de dois séculos...) cedeu o lugar a um outro mais sofisticado mas não menos real.”

"o conflito israelo-palestino não é religioso (judeo-muçulmano), mas verdadeiramente nacionalista, opondo colonos europeus com uma ideologia sionista racista aos habitantes de um dado território, na ocorrência um povo pluri-religioso (lembro que havia judeus palestinos árabes ou arabófonos, que foram ganhos à causa sionista e integrados mais tarde no Estado de Israel...)."

"Esse comprometimento resoluto dos cristãos árabes, quer em território israelita, quer em território hoje palestino, incomoda muito os sionistas israelitas. Eles procuram todos os meios para encorajá-los – para não dizer forçá-los – a irem embora: uma verdadeira limpeza étnico-religiosa (de que se passa aqui os pormenores e as estratégias...), que lhes permitiriam, de seguida, imputar esse êxodo exclusivamente às intimidações e violências perpetradas pelos muçulmanos..."

1 comentário:

  1. Concordo. O conflito israelo-palestiniano não é religioso, mas sim político. A religião é um pretexto.

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