Carême dans la Ville
Ontem, na meditação, reconheci-me pecador e converti-me à misericórdia de Deus. Hoje, não consigo compreender: porque é que me devo arrepender do mal que fiz ao meu irmão? Foi ele que começou! Não mereceu, por isso, o que lhe fiz? Desde os recreios das escolas, passando pelas famílias e as comunidades até às guerras e aos atos terroristas, é sempre a mesma lógica. Quando se trata de me defender, tento sempre justificar-me.
Umas vezes, perante os outros, outras, simplesmente no mais profundo de mim mesmo, encontro razões e pretextos para ignorar o meu irmão, a minha irmã, o meu próximo: não o quero ver mais! Não merece a minha misericórdia. Talvez sem me dar conta disso, deixo então que o mal se instale em mim. Torno-me um pouco mais seu prisioneiro, seu escravo.
Quer o meu irmão esteja errado ou não, é suposto que eu seja misericordioso porque Cristo me ofereceu primeiro a sua misericórdia. Este gesto de amor recebido de graça impele-me a reparti-lo. «Recebestes de graça, dai de graça.» É a misericórdia que me leva a arrepender-me das minhas faltas, a afastar-me do mal.
Peçamos a Deus que nos ajude a arrependermo-nos. Talvez venhamos a chorar como Pedro. Mas, sob o olhar de Jesus, essas lágrimas tornar-nos-ão mais fortes. Limpemos o nosso coração arrependendo-nos do mal que fizemos ao nosso próximo. Acreditem, isso liberta e dá alegria!
Frère Sarmad Najeeb
Couvent de Lille
Diário outonal (2)
Há 5 anos
Fez-me bem ler esta meditação. É bem verdade que a nossa mente mente a nós prórios.
ResponderEliminarEspero que haja mais aqui no Regador!
frei Eugénio