Homilia do Papa Francisco hoje em Roma, na Missa Crismal (pode ser lida aqui na íntegra)
"A proximidade é mais do que o nome duma virtude particular, é uma atitude que envolve a pessoa inteira, o seu modo de estabelecer laços, de estar contemporaneamente em si mesma e atenta ao outro.
Quando as pessoas afirmam, dum sacerdote, que «está perto» da gente, habitualmente fazem ressaltar duas coisas: a primeira é que «está sempre» (ao contrário do que «nunca está»; deste costumam dizer: «Já sei, padre, que está muito ocupado!»). E a outra coisa é que sabe ter uma palavra para cada um. «Fala com todos – dizem as pessoas –, com os grandes, com os pequenos, com os pobres, com aqueles que não creem... Padres próximos, que estão, que falam com todos…, padres de estrada."
(...)
"Chegados aqui, voltemo-nos para Maria, Mãe dos sacerdotes.
Podemos invocá-La como «Nossa Senhora da Proximidade»: «como uma verdadeira mãe, caminha connosco, luta connosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 286), infunde sem cessar a proximidade do amor de Deus, de tal maneira que ninguém se sinta excluído.
A nossa Mãe está próxima não só por partir com «prontidão» (Ibid., 288) para servir, que é uma forma de proximidade, mas também pela sua maneira de dizer as coisas.
Em Caná, a tempestividade e o tom com que Ela diz aos serventes «fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5) farão com que estas palavras se tornem o modelo materno de toda a linguagem eclesial.
Mas, para as dizer como Ela devemos, além de pedir a graça, saber estar onde «se cozinham» as coisas importantes, aquelas que contam para cada coração, cada família, cada cultura.
Só com esta proximidade – podemos dizer «de cozinha» – será possível discernir qual é o vinho que falta e qual é o de melhor qualidade que o Senhor quer dar."