Todos ouvimos falar da recente incursão de tropas turcas pelo nordeste da Síria. Raríssimos serão aqueles que sabem o que se passou há 100 anos em território sírio e sob mando das autoridades turcas otomanas. Sim, há o genocídio arménio cujo centenário ainda decorre (sim, o genocídio estendeu-se bem para lá do final da I Grande Guerra), mas há também o genocídio siro-caldeu, ou seja, dos cristãos siríacos que viviam em diversas partes da Síria, do Iraque e da Pérsia. Os siro-caldeus chamam-lhe Saifo (a espada).
O que é curioso é que a situação da minoria cristã (ainda há outras nesse espaço) comece agora a aparecer em meios de comunicão populares dos Estados Unidos a propósito da retirada das tropas norte-americanas pelo presidente Trump. Uma revista como a National Interest publicou um artigo em fala dos cristãos que descendem de sobreviventes do Saifo e de como vêem a situação actual. E até no portal Yahoo.com já surgiu uma notícia retirada de USA Today sobre a divergência dos evangélicos norte-americanos em relação a esta estratégia do Presidente dos EUA. O título do artigo é expressivo: "É uma zona de morte. E nós somos cúmplices." Pelo menos rompeu-se o silêncio de verniz que vigorou até agora (inclusivamente sob a presidência de Obama). E nós Europeus não somos menos cúmplices, creio.