Diálogo com o evangelho deste Domingo, 26 de julho, 17º do tempo comum, pelo Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São
Mateus (Mt 13, 44 -46)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo.
O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo.
O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola."
DIÁLOGO
Caros leitores
Em que é que estas duas pequenas parábolas que nos apresentam duas grandes descobertas, uma feita por um trabalhador rural e a outra por um rico negociante de pérolas nos podem interessar no tempo que estamos a viver?
Reparemos em primeiro lugar que as duas parábolas se completam uma à outra.
Numa delas, um modesto trabalhador rural trabalha num campo que não é seu, o outro é um rico negociante de pérolas.
Um, descobre, por acaso ao cavar, um tesouro e o outro, encontra uma que pérola fascinante que provavelmente qualquer pessoa desejaria encontrar.
O comportamento destes dois homens perante as suas descobertas é dum entusiasmo radical: vendem tudo o que possuem para conseguirem adquirir e usufruir destes seus tesouros.
Nós, que conhecemos mais ou menos em linhas gerais a pregação de Jesus sobre o Reino de Deus que Ele veio inaugurar, salvo possíveis excepções, não experimentamos nada de semelhante ao que estes dois homens viveram de modo tão radical.
Que seria preciso para que também nós pudéssemos ter essa tão grande satisfação capaz de mudar tão radicalmente as nossas vidas?
Se a leitura destas parábolas nos estimular a desejar viver também uma experiência como a deles, o que o próprio Jesus nos diz é de lhe pedirmos, com insistência e confiança, que nos dê sinais concretos do Reinado de Deus entre nós, sobretudo quando os contra-sinais abalam a nossa confiança no Amor de Deus presente dentro de nós.
Pedimos-Lhe que esses Sinais do Reino reforcem a nossa Esperança e ganhemos novo ânimo para colaborar com Jesus.
O Reino de Deus que Jesus anuncia é um dinamismo que nos é dado e que actua dentro de nós e vale a pena pedi-lo para que não sejamos dominados pelo desânimo.
São Paulo em vez de dizer que o Reino de Deus está dentro de nós, prefere dizer que «estamos em Cristo».
«Estar em Cristo» ou «ter o Reino de Deus dentro de nós» é a mesma coisa.
Essas duas expressões indicam a existência de uma nova vida, a vida que se transforma, mas que estará sempre unida à fonte do Amor de Deus.
Jesus continuamente, por palavras e ações, insiste numa prioridade que é a Dele, a «realização do Reino dos Céus».
Mas Jesus quer que os seus discípulos, os de então e os de hoje, colaborem activamente com Ele, que se deixem transformar pelo dinamismo do Reino.
Ele veio para que este Reino se torne já realidade entre os homens como sementes e totalmente só no fim dos tempos, em Deus.
Que estas duas parábolas nos estimulem a desejar que o dinamismo do Amor de Deus nos fortaleça e nos faça querer colaborar com Jesus na sua missão de «realizar o Reino dos Céus».
frei Eugénio
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