Diálogo com o Evangelho do Domingo da Páscoa, 17 de abril, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui.
Evangelho (Jo 20, 1-9)
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Aqui na Europa, para muitos cristãos são as "férias da Primavera" para relaxar e desfrutar do bom tempo e o Domingo de Páscoa é um fim-de-semana prolongado. Ainda existem algumas tradições familiares, mas para muitos a Ressurreição de Jesus já não é realmente significativa.
O relato do Evangelho de João pode guiar-nos.
Assim, a manhã mais decisiva de todas as manhãs da História, a manhã da Ressurreição de Jesus em Jerusalém, tem lugar sem testemunhas diretas, sem manifestações de alegria, sem aclamações. Embora estejamos habituados a ver muitas pinturas, vitrais e iluminuras de grandes artistas, representando Jesus saindo do túmulo de uma forma majestosa, rodeado pelos discípulos e por Maria, na realidade ninguém testemunhou a Ressurreição de Jesus.
O único facto que os primeiros cristãos apresentavam como um "sinal" da Ressurreição de Jesus foi que o corpo de Jesus tinha desaparecido e que o túmulo estava vazio!
Ao lermos neste Domingo de Páscoa o relato de João, pode ser uma boa ocasião para compreendermos melhor a angústia de Maria Madalena, a fé de João e o questionamento de Pedro.
Nos relatos da Paixão de Jesus, vemos como as forças do Mal e do Pecado parecem ser vitoriosas, conseguindo condenar à morte e executar Jesus no tormento da cruz.
Muitos acontecimentos e situações nas nossas vidas e na História da humanidade estão cheias de sofrimentos e de grandes catástrofes, como as que estamos a viver presentemente:
A Páscoa que festejamos este ano de 2022 pode ser uma oportunidade para reforçarmos a nossa confiança no poder do Amor de Deus e a nossa esperança seja mais forte do que todas as forças das inúmeras facetas do Mal. Este seria o maior presente que poderíamos receber nesta festa da Páscoa.
fr. Eugénio op
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