2011-03-14

Deus e a economia "ninho-de-cuco"


Mais uma vez se vem propor aqui neste espaço a leitura de um artigo do The Tablet. Desta vez é uma reflexão, a modo de espelho e exemplo para nós Portugueses, sobre a crise Irlandesa. O artigo é da autoria de John Waters e dele resumo alguns argumentos talvez não fielmente mas ... enfim o melhor é ler o original.

A Irlanda é um país rico em recursos naturais mas desde o período em que surgiu como o Tigre Celta os recursos naturais ou deixaram de ser explorados pelos próprios (exemplo: pesca entregue a espanhóis) ou são ineficientemente aproveitados como a agricultura limitada ao leite e produção de carne.

Em contrapartida, favoreceram-se os negócios com o exterior (a marca dessa febre é o IRC a 12,5 %).

O resultado foram duas economias - a autóctone, estagnada e a eficiente e bem sucedida economia transnacional do sector industrial (componentes de computadores, farmacêutica, sector financeiro) que criou a impressão de uma economia moderna quando o que se tinha era a economia "ninho-de-cuco".

Do ponto de vista religioso as coisas são definidas por John Waters assim: com um sentido de Deus inadequado e escondidos sob a capa de uma piedade vistosa, os Irlandeses pensaram no materialismo como salvação e acabaram a descobrir que ainda vão precisar de muitos e dolorosos empréstimos para fechar o buraco que a religião deixou vazio.


Como consequência de um como que complexo de inferioridade profundo que os leva a imitar sociedades supostamente mais modernas ou avançadas cavou-se um fosso entre modernidade e tradição, nacionalismo e abertura ao exterior, que se tornou impossível o diálogo. A religião não escapou a esta mudança e a falta de ligação entre a realidade e a ideia de Deus ou da providência acabaram por levar a que o debate público seja explicitamente agnóstico quando não ateísta.
Semelhanças? Lições?

2 comentários:

  1. Ver o que se passa na casa dos outros ( neste caso pais) não resolve as dificuldades que temos na nossa casa (pais), mas pode ajudar a melhor entender o que se está viver, para encontrar melhores soluções!

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  2. Estas crises têm esse efeito: tudo é posto em causa. O que também tem as suas vantagens, se for bem aproveitado. Mas é necessário que as pessoas não se deixem abater e renovem energias para construir o futuro noutras bases.

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