Saddam reduziu o Iraque à sua
personalidade, os Estados Unidos levaram o caos ao país e os iraquianos pensam
que o Ocidente só lhes quer levar os recursos. O arcebispo cristão caldeu de
Kirkuk esteve em Portugal para dizer que a liberdade é uma grande coisa, mas
que os cristãos iraquianos se sentem ameaçados.
O Natal foi um tempo
difícil para os cristãos do Iraque: por causa da violência de que têm sido
vítimas desde a invasão do país, tiveram que fazer as celebrações natalícias de
dia, cancelando a "missa do galo" em cidades como Bagdad, Mossul e
Kirkuk. Depois de, há mais de um ano, ter havido um massacre na catedral cristã
siríaca de Bagdad, continuam a registar-se perseguições, raptos e violências
contra cristãos - só neste mês de Dezembro, pelo menos mais três foram mortos.
Louis Sako, 62 anos, arcebispo de Kirkuk da Igreja Caldeia, esteve em Portugal
há um mês. Em entrevista ao P2, Sako critica a forma como os Estados Unidos
actuaram nos últimos anos e diz que o Ocidente deveria pensar menos em
interesses materiais e procurar antes ajudar os países muçulmanos a respeitar
os direitos humanos e a democracia.
A Igreja Caldeia, comunidade do Oriente que reza em aramaico, a mesma língua de
Jesus, subsiste desde o início do cristianismo. Apesar de unida ao Papa, tem
padres casados e os bispos são escolhidos pelas comunidades. Ambas as
experiências podem ser alargadas ao Ocidente, diz o arcebispo, que está no
cargo há oito anos. Responsável por uma das dezasseis dioceses dos caldeus, que
representam cerca de 80 por cento do milhão de cristãos iraquianos, Sako diz
que a principal ameaça é o fundamentalismo.
Ver a entrevista completa aqui.
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