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José Mattoso: o "governo do povo" favorece quem já tem o poder
"Agora queria que me deixassem em paz. Se calhar já é tarde. Os cartuxos
só admitem vocações até aos 40 anos, já tenho o dobro, não sei se tenho
capacidades de viver sozinho.
Mas pelo menos queria, com a liberdade
pessoal suficiente e sem imposição de tempo, dedicar-me à oração. Mais
do que isso: dedicar-me a descobrir o valor da palavra, o autêntico
significado da palavra, no sentido de linguagem, de expressão da
realidade, no sentido de logos.
Encontrar-me na meditação da palavra
como expressão do mundo, da existência, da história, e descobrir-lhe um
sentido."
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