2009-04-29

A não perder


Esta edição do Câmara Clara (RTP2, Domingo, 26) sobre Nuno Álvares Pereira é contributo notável para conhecer melhor a nossa história. De forma objectiva e documentada.
Com o historiador militar João Gouveia Monteiro (Univ. Coimbra) e o bispo auxiliar de Lisboa Carlos Azevedo.

2009-04-28

Nuno Álvares Pereira

D. Nuno Álvares Pereira foi portador de uma santidade moderna. Confrontou as suas decisões à luz de uma união com Deus em situações contingentes, de enorme exigência. Foi santo como os que hoje se envolvem nas coisas do Mundo: políticos, militares ou empresários. Obedecendo aos ideais de Cavalaria, teve uma prática de vanguarda na defe. sa de Direitos Humanos e no cuidado ao próximo. Por exemplo, em vez de deixar morrer ou matar o inimigo vencido, pelo contrário, organizava hospitais de cam­panha para cuidar desses feridos, dava­lhes terras e mandava vir as suas famíli­as para poderem refazer a vida em Por­tugal. Do mesmo modo, enviava cereais para Espanha quando lhe chegaram no­tícias da fome que grassava nas terras da rota do exército inimigo, em retirada. Nun'Álvares foi um homem que não co­nhecia as fronteiras políticas, raciais ou religiosas para praticar os valores do Evangelho. Sabe-se que, já naquele tem. po, apoiou a construção de mesquitas e Sinagogas para garantir aos Mouros e aos Judeus a prática de uma liberdade religiosa nem sempre reconhecida.

É também com Nun'Álvares que se ins­titui a prática do caldeirão da sopa dos pobres que, ainda hoje, com nova ur­gência, se serve nos Anjos, em Lisboa. Sendo o homem mais abastado do Rei­no, retirou-se para a vida espiritual na Ordem do Carmo deixando os seus bens ao serviço dos mais desprote­gidos.

A virtudes humanas de Nun'Álvares Pe­reira transformaram-no num modelo para os portugueses para saber vencer provações, em tempos de crise. Gerou uma devoção contínua nos últimos seis séculos. Desde o momento da sua mor­te que foi considerado santo - o Santo Condestável - sendo a sua sepultura um lugar de culto continuado até ao Terra­moto de 1755 e, depois, nos diferentes lugares das relíquias. A canonização não é, por isso, um acto feito agora, nos primeiros anos do século XXI, por um súbito milagre. O processo de canoniza­ção em Roma conheceu a estagnação que, por vezes, os portugueses põem nas suas causas, a par de uma eficaz resis­tência espanhola.

Inês Dentinho

Nesta entrevista ficamos a conhecer melhor este notável português.

2009-04-25

O Sonho de Abril


Lição de Abril: O SONHO COMANDA A VIDA !

Apresentou-se no meio deles

«A paz esteja convosco!»

A Vida questiona o Evangelho

Lc 24,35-48
Eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão. Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes, então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado; e, tomando-o, comeu diante deles.
Depois, disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse, quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.»
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia; que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas.
»

2009-04-23

Páscoa em Jerusalém - Tão perto e tão longe

All Jerusalem Christians were denied entry to the Holy Sepulcher

"This Holy Fire Saturday 2009 and for the first time Israel prevents all local Jerusalemite Christians from accessing freely the Church of the Holy Sepulcher and the Old City of Jerusalem. For the fifth year Israeli forces built up check points around the area surrounding the Church of the Holy Sepulcher and barred local Christians from normally performing their prayers and practicing their ancient traditions. The Israeli authorities is imposing this new arrangement of blocking the movement to the Church in this Holy day which changes the Status Quo, that has been the norm of governing and arranging the celebrations for the past hundreds of years."

The Laity Committee in the Holy Land/East Jerusalem


2009-04-18

A Vida questiona o Evangelho

Jo. 20,19-31.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»
Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».
Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele.

2009-04-16

JESUS É MESMO DIFERENTE... E NÓS PENSAMOS QUE SOMOS !

Concordo inteiramente com a frase final do post colocado pelo Hugo: É TÃO ESTRANHO, TÃO DIFERENTE DE NÓS ESTE SENHOR JESUS, NÃO É?...
De facto é muito bom descobri-lo nas nossas vidas!
Quanto à história que precede, devo confessar que me espanta que nessa história a pessoa que a conta, lamente o que um amigo lhe disse : « é bom demais para ela! » mas que ela própria não tenha comprado um telemóvel para a amiga sem-abrigo.
Certamnte que a pessoa que conta a história e tem bons sentimentos para ajudar a amiga sem abrigo, quando faz compras de aniversário para familiares e amigos não vai pedir ajuda financeira. Porque a pediu então neste caso da sua amiga sem abrigo ?
Concordando com a conclusão, permito-me dizer que não considero a história assim tão edificante como o Hugo acha... A meu ver o edificante seria ter a dita senhora que conta a história ter comprado um bom telemóvel para a amiga sem-abrigo e ser criticada pelos amigos !
Isso sim, seria tratar a amiga sem-abrigo à maneira de Jesus e ser criticado como Ele também foi !

Eu próprio critiquei certa vez uma pessoa minha conhecida, quando a vi comprar e dar a uma drogada uma quantidade de óptimos alimentos, como se fosse para muito boas refeições na sua própria casa. Achei que era um exagero ! Bastava comida útil para tirar a fome ! Agora aquelas coisas tão boas …
Só me arrependi do que disse, quando ouvi a rapariga dizer : « Oh minha senhora, quanta comida tão boa me está a dar ! Gosto tanto disto ! Parece que adivinhou ! Nem quero acreditar !» Então sim, engoli em sêco o meu « bom senso » !

De facto Jesus, é mesmo diferente !

2009-04-15

HISTÓRIAS DA VIDA



Recebi hoje, por e-mail, uma história passada com uma amiga que não resisto a partilhar e que tem muito com o que disse no anterior "post".


Passou-se comigo. Precisava de um tm para a Inês que estragou o dela. Para evitar comprar um novo, perguntei a uns amigos, com quem me encontrei, se algum deles tinha um que não estivesse a uso mas que ainda estivesse bom.

- Mas é para ti? Perguntou um dos amigos.
- Não, respondi, é para a Inês uma sem-abrigo minha amiga.
- Ah se fosse para ti tinha, mas então não, é bom demais para ela! respondeu.
- Olha que quando chegares ao Céu pode ser que ouças dizer: "não, não podes entrar, é bom demais para ti...!" observou o outro.

Parecia que estava a brincar mas aquilo foi um tiro que nos atingiu aos três. Fiquei a pensar nisto o resto do dia... em como tantas vezes damos aos pobres coisas estragadas... demasiado usadas... restos... e quase nunca coisas realmente boas...

Pensei também em duas amigas que sempre que dão ou fazem alguma coisa para eles, dá o melhor que tem uma, faz o melhor que sabe com os melhores ingredientes a outra: "É para Jesus" costumam dizer. Essas... SABEM DE AMOR!

E depois pensei em como nos custa a entrar que Jesus, O QUE PODIA TER TUDO DO MELHOR - PORQUE SENHOR E DONO "DISTO TUDO" - preferiu identificar-Se com os pobres, os humildes, os simples, os esquecidos, os excluídos...

É TÃO ESTRANHO, TÃO DIFERENTE DE NÓS ESTE SENHOR JESUS, NÃO É?...

Os Discípulos de Emaús

Acabei de ler a passagem do Evangelho de São Lucas referente ao dia de hoje, quarta-feira, e dei-me conta de que a minha vida (a nossa vida?) se assemelha a esta caminhada dos discípulos de Emaús. E como há muito não vinha a este nosso espaço, resolvi penitenciar-me e partilhar convosco a minha oração deste dia.

Como eles, discípulos de Emaús, também eu faço o meu caminho diário com Jesus ao meu lado, Senhor que me vai falando do seu Reino, do Seu sofrimento, das promessas de Deus para connosco. Só que, cego e ensurdecido pelas vãs promessas dos homens, pelas preocupações com os bens materiais, com as seguranças para a minha vida, com o medo de perder o meu conforto e de perder tantas mais coisas que a Jesus não importam, deixo-me arrastar nesta caminhada sem o “ouvir” e sem o “ver”.

Mas, sempre que tenho a ousadia, ou a coragem, de fazer um flashback da minha vida, rapidamente descubro como o Senhor me fala. Fala-me do seu sofrimento nos pobres, nos desempregados, nos aflitos, nos doentes que todos os dias põe no meu caminho. Fala-me do seu Reino quando me mostra os sinais de esperança que nos trazem tantas e tantas pessoas que realizam o bem na ajuda dos outros esquecendo-se do seu conforto e retirando alegria de “sacrificar” (esta é a palavra que usamos mas que eles significa verdadeira alegria) aquilo que para mim é difícil de perder. Fala-me sempre que vejo as alegrias que me acontecem na vida, os sucessos que tenho a nível profissional, as doenças que ultrapasso, as angústias que venço, a abundância de bens materiais, muito para além do que preciso e, bem maior, os filhos saudáveis e com estabilidade no seu casamento, nas suas profissões e nos netos que me trouxeram.

Fala-me, também, dos enormes sinais de esperança que acontecem por este mundo que o Pai nos deu para dele nos servirmos, sinais a que não damos importância porque não fazem notícia, não acrescentam o supérfluo com que nos preocupamos, nem alimentam a nossa vaidade.

Mas Jesus não desiste. Ele quer salvar-nos. Por isso vai mantendo as Suas promessas, vai-nos alimentando e vestindo pois é Misericordioso e intervém por nós junto do Pai que nos quis dar ao fazer-nos seus irmãos, para que se cumpram as promessas da Aliança. E faz tudo isto para nos fazer sair da cegueira e da surdez em que vivemos, para nos “arrastar” com ele. Vai dizendo pacientemente “Oh! Homens sem inteligência e lentos de espírito” acordai, olhai à vossa volta, vede que a Vida acontece permanentemente.

Por isso hoje quero rezar-lhe e dizer-lhe: obrigado Jesus porque não nos abandonaste apesar de todos os dias Te voltarmos as costas. E quero pedir-lhe: Senhor ajuda-me a entender e estar atento aos sinais que nos deixas, aos milagres que todos os dias realizas, às maravilhas que nos trazes, ao pão com que alimentas o nosso corpo e ao Pão com que alimentas o nosso espírito. Quero, também, pedir-lhe perdão por não saber ser digno da Sua Bondade e Misericórdia. Depois (talvez primeiro fosse mais cristão) quero pedir-lhe que tenha paciência com este mundo tão imperfeito e que nos ensine a ir ao encontro dos outros de todas as formas que soubermos e que Ele nos pode ajudar a descobrir, para ajudar os que tem fome e sede, os que sofrem, os que tem frio, os que estão sós, em suma, de todos os que esquecemos todos os dias porque as suas aflições nos incomodam, perturbam o nosso bem estar, como Lázaro perturbava o homem rico, com os seus andrajos, a sua sujidade, o seu mau cheiro, ou mesmo a sua bestialidade.

Finalmente e porque acredito na Sua imensa Misericórdia, quero pedir-lhe que acorra aos aflitos, que sacie a fome e o sofrimento de tantas crianças e mulheres que não tem poder para lutar pelo quinhão que lhe pertence na partilha que deveríamos fazer dos bens que o Senhor nosso Deus nos entregou.

Hoje quero ainda dizer bem alto:


Aleluia! Aleluia! Porque o Senhor da nossa Vida Ressuscita todos os dias para nós que todos os dias o crucificamos com o nosso pecado.

2009-04-12

Ressuscitou! Aleluia!

A Páscoa é uma longa trajectória
na Fé, na Esperança e no Amor.
É canto alegre de vitória
em Cristo Jesus, nosso Redentor.

A Páscoa é uma passagem dolorosa
pelas trevas de noite e escuridão,
é a vida que triunfa gloriosa
num canto alegre de Ressurreição.

A Páscoa é a festa da alegria
porque Jesus Cristo é Salvador
e vem transformar o dia a dia, num eterno hino de louvor.

A Páscoa é o segredo da aventura,
que dá força ao nosso caminhar,
é um raio imenso de doçura
que transfigura para sempre o nosso olhar …

Maria de Jesus Santa Clara Gomes

Jesus ressuscitou e está vivo! 
Venceu a Morte + O Desamor + Mal
os 3 inimigos do Amor e da Vida.
Que esta vitória deixe marcas nas nossa vidas!
Uma Feliz Páscoa!
frei Eugénio

2009-04-11

Está Vivo!



"No túmulo vazio, dois anjos apareceram às mulheres e disseram-lhes: «Porque procurais entre os mortos Aquele que está vivo?»"

Lc 24,1-8

2009-04-10

Sexta-feira Santa

"Na cruz, Cristo partilha tudo connosco, inclusivamente o silêncio de Deus: a única resposta ao seu próprio sofrimento é um grande silêncio. Jesus faz a experiência do que significa sentirmo-nos longe de Deus, abandonados. No entanto, no coração desse abandono, utiliza as palavras do salmista e clama com voz forte: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mateus 27,46). Desta forma, até este abandono é inserido no diálogo de amor entre Jesus e o seu Pai.

E o grito angustiado de Jesus transforma-se. Há apenas uma realidade que ninguém lhe pode tirar: é a confiança de que é amado por Deus e de que, dando a sua vida, ele transmite esse amor. Os seus lábios podem então murmurar: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lucas 23,46). E o seu último sopro, cheio de uma dor imensa, é ao mesmo tempo a efusão do amor de Deus."

In: Meditação do irmão Alois, "Sexta-feira Santa: A cruz não é a última palavra".

2009-04-04

Domingo de Ramos

Jo. 12, 12-16
"Naquele tempo, a grande multidão que tinha vindo à festa da Páscoa, ao ouvir dizer que Jesus ia chegar a Jerusalém, apanhou ramos de palmeira e saiu ao seu encontro, clamando:
"Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!"
Jesus encontrou um jumentinho e montou nele, como está escrito: "Não temas, filha de Sião: Eis que vem o teu Rei, sentado sobre o filho de uma jumenta".
Os discipulos não entenderam isto ao princípio, mas, quando Jesus foi glorificado, lembraram-se de que assim estava escrito acerca d'Ele e era isso mesmo que eles tinham feito.