Hans Kung: A Igreja ainda tem salvação?
É este o tema do artigo desta semana de Anselmo Borges, que vale a pena ler na íntegra no DN.
Aqui fica uma parte da resposta à pergunta.
1. Não tem salvação uma Igreja voltada para o passado. Mas sobreviverá uma Igreja que "bebe na fonte cristã e se concentra nas tarefas do presente", aberta ao futuro.
2. Não tem salvação uma Igreja fixada patriarcalmente em imagens estereotipadas da mulher, linguagem exclusivamente masculina, papéis sexuais pré-definidos. Mas sobreviverá uma Igreja de companheirismo, que vincula instituição e carisma e "aceita mulheres em todos os cargos eclesiais".
3. Não tem salvação uma Igreja vencida pela arrogância institucional, exclusivismo confessional, negação da comunidade. Mas sobreviverá uma Igreja que seja "uma Igreja ecuménica aberta".
4. Não tem salvação uma Igreja eurocêntrica e que reclama que só ela tem a verdade, no quadro de um imperialismo romano. Mas sobreviverá uma Igreja "universal e tolerante, que respeita uma verdade sempre maior, que, portanto, procura aprender também com as outras religiões e deixa uma adequada autonomia às Igrejas nacionais, regionais e locais. E que, por isso, também é respeitada pelos homens e mulheres, cristãos e não cristãos".