No dia 26 de dezembro, Festa da Sagrada Família, o Papa dirigiu uma carta por ocasião do ano «FAMÍLIA AMORIS LÆTITIA». Ver aqui o documento integral.
É uma mensagem:
Aos esposos
Vós tendes a missão de transformar a sociedade com a vossa presença no mundo do trabalho e fazer com que as necessidades das famílias sejam tidas em conta. Também os cônjuges devem “primeirear” no seio da comunidade paroquial e diocesana com as suas iniciativas e criatividade, buscando a complementaridade dos carismas e das vocações como expressão da comunhão eclesial, em particular a comunhão dos «cônjuges ao lado de pastores, para caminhar com outras famílias, para ajudar os mais fracos, para anunciar que, até nas dificuldades, Cristo Se faz presente».
(…) compete às famílias o desafio de lançar pontes entre as gerações para a transmissão dos valores que constroem a humanidade. É necessária uma nova criatividade para expressar, nos desafios atuais, os valores que nos constituem como povo nas nossas sociedades, e como Povo de Deus na Igreja.
Aos divorciados
Entretanto, para alguns casais, a convivência a que foram forçados durante a quarentena revelou-se particularmente difícil. Os problemas, que já existiam, agravaram-se, gerando conflitos que se tornaram muitas vezes quase insuportáveis. E vários chegaram até à rutura da sua relação, sobre a qual gravava uma crise que não souberam ou não puderam superar. A estas pessoas, desejo manifestar-lhes também a minha proximidade e afeto.
A rutura duma relação conjugal gera muito sofrimento por causa de tantas aspirações malogradas; a falta de entendimento provoca discussões e feridas que não são fáceis de remediar. Nem sequer é possível poupar aos filhos a amargura de ver que os seus pais já não estão juntos. Mesmo assim, não cesseis de buscar ajuda para que se possa dalguma forma superar os conflitos, a fim de que estes não provoquem ainda mais sofrimento entre vós e aos vossos filhos. O Senhor Jesus, na sua infinita misericórdia, inspirar-vos-á o modo de avançar no meio de tantas dificuldades e dissabores. Não deixeis de O invocar e procurar n’Ele um refúgio, uma luz para o caminho e, na comunidade, uma «casa paterna onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa».
Aos jovens
(…) permiti que dirija uma palavra aos jovens que se preparam para o casamento. Se antes da pandemia já era complicado, para os noivos, projetar um futuro pela dificuldade de encontrar um emprego estável, agora aumenta ainda mais a incerteza laboral. Apesar disso convido os noivos a não desanimarem, a terem a «coragem criativa» que teve São José, cuja memória quis honrar neste Ano a ele dedicado.
Assim também vós, quando vos virdes com poucos meios para enfrentar o caminho do casamento, mantende viva confiança na Providência divina, porque, «às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter».
Aos Avós
(…) desejo enviar uma saudação especial aos avôs e às avós que se viram impossibilitados, durante o período de isolamento, de ver os netos e estar com eles, às pessoas idosas que sofreram de maneira ainda mais dura a solidão. A família não pode prescindir dos avós, pois são a memória viva da humanidade; «esta memória pode ajudar a construir um mundo mais humano, mais acolhedor».