2009-11-28

A vida questiona o Evangelho de Domingo 29 de Novembro

“O Grito” de Edvard Munch, 1893

1º Domingo do Advento - C

Lc. 21,25-28.34-36.


Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre os povos, aterrados com o bramido e a agitação do mar;
os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai acontecer ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.»
«Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia sobre vós subitamente, como um laço; pois atingirá todos os que habitam a terra inteira.
Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do Homem.

2009-11-26

A diversidade Europeia


A propósito da diversidade da Europa de hoje, discutiu-se no Fórum Gulbenkian. Na notícia do JN fala-se em dois discursos relativos à integração dos imigrantes e porque prevaleceu o discurso que, após os motins de 2005 em Paris, procurou as causas nos "problemas de identidade dos imigrantes", na "sobrelotação dos apartamentos", na "poligamia" ou na raça "negra com identidade islâmica". Um investigador francês, que falou no Fórum, pelo contrário, afirmou que os serviços secretos encontraram outras causas como desemprego e a segregação. Há outros dados interessantes em discussão no Fórum.

2009-11-24

Homília de Cristo Rei - Ignace Berten

Gostei muito desta homilia do Ignace no Domingo passado.
Faz a ligação entre Verdade ao Amor, o que não é comum expontaneamente.
Também chama a atenção para algumas questões que realeza de Jesus hoje nos levanta.
Frei Eugénio


Étonnant dialogue que Jean nous donne à entendre entre Pilate et Jésus. Comme bien souvent, chez Jean, les partenaires du dialogue ne s’entendent pas. Ils sont sur deux longueurs d’onde différentes. Pilate répète l’accusation que les chefs du Temple ont portée contre Jésus : il prétend à la royauté. La réponse de Jésus déplace totalement le sens de la question.

Dans sa foi, Jean relit la passion de Jésus. Pilate juge et condamne Jésus, mais Jean laisse entendre qu’en fait, c’est Jésus qui juge Pilate. Jésus parle de sa royauté, et il en explicite le sens : « Je suis venu dans le monde pour ceci : rendre témoignage à la vérité. Tout homme qui appartient à la vérité écoute ma voix. »
Pour Jean, le Christ est venu dans ce monde pour rendre témoignage à la vérité. Que nous dit-il par là ? Quel est ce témoignage à la vérité ? Nicodème, ce chercheur de sens, a découvert dans le dialogue avec Jésus qu’il devait renaître en esprit. La Samaritaine, dans la rencontre avec Jésus, a découvert que l’adoration de Dieu n’était liée ni au temple de Jérusalem, ni au Mont Garizim, mais qu’elle demandait à être faite en esprit et en vérité. La femme adultère a découvert que le pardon lui ouvrait un chemin de vie, tandis que les hommes qui étaient prêt à la lapider ont été placés face à leur propre vérité de pécheurs. Et l’aveugle né accède à la vision véritable : il reconnaît qui est Jésus, tandis que les scribes s’enferment dans l’aveuglement.
À chaque fois, ces figures hautement symboliques sont celles de personnes qui dans leur rapport à Jésus et par lui accèdent à la vérité profonde de leur existence.
Et Jean ajoute : « Tout homme qui appartient à la vérité écoute ma voix. » Ces quatre grandes figures johanniques sont celles d’hommes et de femmes qui sont déjà habités par une question fondamentale sur eux-mêmes, question qui est aussi faite de doute. Ils sont en chemin. La vérité déjà travaille en eux. C’est pourquoi le témoignage de Jésus leur parle et ouvre leur vie. Mais les scribes, les pharisiens, Pilate sont enfermés dans leur vérité figée, dans leur position de pouvoir qui les aveugle et les empêche d’entendre.
Dans le texte de l’Apocalypse que nous avons entendu, Jean dit que le Christ est l’alpha et l’oméga : en lui se joue la totalité de l’histoire. Dans l’évangile, Jean dit tout homme. Ce qui se donne et se révèle en Jésus a une signification universelle : tous sont concernés. Et Jean suggère que tout homme qui est ouvert à la vérité, entend la voix du Christ. On peut dire sans doute, que par l’Esprit, la voix profonde de la conscience est comme un écho en l’homme de la vérité qui se donne en Jésus, et que par l’Esprit tout homme peut l’entendre.
La façon dont Jean présente la royauté de Jésus nous questionne aujourd’hui. Dans notre culture où tant de choses sont mises en doute ou contestées, radicalement relativisées, et où prédominent les valeurs matérielles, sommes-nous suffisamment dans la vérité pour entendre la voix de l’Évangile ? Pour entendre l’Esprit parler à travers les signes du temps. Le monde connaît une crise économique et financière très grave, et les conséquences en sont dramatiques pour tous ceux qui perdent leur emploi chez nous et bien plus encore dans les pays pauvres. On sait que la crise est due à une spéculation effrénée alimentée par la soif de profit. Mais les politiques et les médias ont un seul discours : relançons la croissance, remettons la machine en route, sans s’interroger plus fondamentalement sur le sens même de notre économie et du fonctionnement des finances mondialisées. Sommes-nous collectivement et politiquement capables d’entendre la vérité ? Pas seulement le vérité du fonctionnement du système financier, la vérité de ce qu’il advient des hommes et des femmes, et surtout des plus fragiles au sein d’un tel système ?
Une question nous est aussi adressée à partir du rapport de Jésus à Pilate dans le récit. Jésus est placé dans une situation totale d’impuissance. Il est livré au pouvoir arbitraire de Pilate. Mais dans la dignité, il se situe en liberté et en vérité. Et sa grandeur humaine juge la fuite de Pilate devant la vérité. Dans les situations qui nous sont contraires, où nous nous sentons impuissants, que demande de nous l’appel à vivre en vérité ? Sommes-nous capables de nous situer avec vérité et liberté ? Ma royauté n’est pas de ce monde dit Jésus : en quoi sommes-nous appelés à nous libérer de l’ordre de ce monde et de ses impératifs ?
Il n’y a pas de réponse évidente à ces questions, pas de réponse universelle. Mais pouvons-nous laisser retentir en nous les questions ? Permettrons-nous au Christ de régner dans notre vie ? Peut-être à l’occasion, pouvons-nous trouver des lieux ou des moments pour réfléchir avec d’autres sur ces questions que nous adresse le Christ Roi.

2009-11-21

A vida questiona o Evangelho de Domingo 22 de Novembro - Cristo Rei

Jo. 18,33-37.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»

2009-11-18

Maria da Conceição

Durante uma viagem a Dhaka no Bangladesh em 2005 a assistente de bordo Maria da Conceição ficou chocada com a pobreza e decidiu ajudar os habitantes de um bairro de lata da capital do Bangladesh. Fundou a sua própria ONG: o Dhaka Project. Ouvia-a ontem em declarações à TSF dizer como pedia a toda a gente - desde pilotos às pessoas do hotel onde ficava - para as crianças e mães (a quem providencia formação): por aqui se pode ver quanto põe de si neste projecto e naquelas pessoas que ajuda.
Ontem foi notícia na TSF (houve uma reportagem da RTP há um ou dois anos).
Depois de ter ganho o em 2007 o prémio European Union Woman’s Inventors and Innovators Network, ganhou o prémio de Mulher do Ano da revista Emirates Woman na categoria Humanitarians - Charity.
Cumpre dar os parabéns e se possível ajuda (no site português do projecto diz-se como podemos fazer).

2009-11-14

Cristo como Sol
























Mosaico da cripta sob a Basílica de S. Pedro no Vaticano no tecto do túmulo do papa Júlio I. Representação de Cristo como Sol - Sol Invictus - conduzindo o seu carro. séc. III.

2009-11-13

A Vida questiona o Evangelho de Domingo, 15 de Novembro






Mc 13, 24-32
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
"Naqueles dias, depois de uma grande aflição o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu.
Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai."

Silêncio! que se vai ouvir Beja

Amanhã em Beja em ante-estreia o projecto Silêncio, encomenda do grupo de Música antiga e contemoporânea, Sete Lágrimas a três compositores contemporâneos.

É bom notar que este projecto resulta do Departamento de Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja como homenagem ao bispo D. Manuel Falcão (ver notícia da Rádio Voz da Planície e que acabou por resultar na produção de um CD. Na sua apresentação, hoje na Antena 2, João Almeida que entrevistou o arquitecto José António Falcão, director do DPHA da Diocese de Beja, caracterizou este projecto como uma celebração ecuménica entre compositores oriundos de várias confissões (ortodoxo, protestante, católico) e de vários países. São eles: Ivan Moddy do Reino Unido (e que tem residido em Portugal e composto para formações portuguesas, ver a sua página), Andrew Smith (que vive na Noruega) e João Madureira (ver a sua página).

Os textos são do Génesis, Lamentações e dos Evangelhos da Paixão. (os textos podem ser vistos na página do CCB)

A estreia será no Domingo, dia 15 de Novembro, no CCB, em Lisboa.

Sublinho a afirmação de João Madureira: O espaço religioso, tal como o entendo, é sobretudo lugar de encontro, um testemunho de fé, mas também parte inextricável da produção cultural do seu tempo” (citado na notícia da Rádio Voz da Planície).

É de saudar, este projecto de uma diocese que não será seguramente das mais ricas em recursos humanos (e financeiros imagino) mas que mostra com este projecto ser das mais ricas em ideias e mérito cultural.

2009-11-09

O mapa do mundo islâmico

O islamismo está em segundo lugar, a seguir ao Cristianismo, entre as religiões mundiais, mas muitas pessoas ainda acreditam que a população mundial está concentrada principalmente no Próximo Oriente e Norte de África. Um relatório credível explora isto e outras crenças populares.

POPULAÇÃO MUÇULMANA POR REGIÕES

As pessoas que advertem acerca da rápida islamização da Europa talvez tenham que emendar as suas ideias em face do relatório do autorizado Pew Forum on Religion and Public Life de Washington.

O relatório com um gráfico da posição do Islamismo no mundo mostra que, com a excepção da Rússia, a presença islâmica na maioria dos países europeus é relativamente pequena. É de notar que 23% da população mundial é muçulmana, mas 60% não vive na origem do islamismo (Próximo Oriente e Norte da África) mas na Ásia, e que no Próximo Oriente e Norte de África a percentagem de Muçulmanos é de 91%.

Na Europa, os 4 milhões de Muçulmanos representam 5% da população alemã, 3,5m em França 6%,, 1m na Holanda 5,7% e 1,6m em Inglaterra 2,7%. Em contraste a Itália (36.000 Muçulmanos) e a Irlanda (22.000) têm menos de 1% da população, e os 650.000 Muçulmanos da antigamente muçulmana Espanha são cerca de 1%. Os 15.000 muçulmanos de Portugal são só 0,1% da população.

Os países asiáticos com maior população muçulmana são a Indonésia (203m), Paquistão (174m), Índia (161m), Bangladesh (145m), Irão (74m) e Turquia (74m). Estes países juntos somam mais de metade do mundo muçulmano e os únicos países que se lhe assemelham são o Egipto (78,5m) e a Nigéria (78m –50%). A percentagem de Muçulmanos no Níger (15m) e na Somália (9m) e de 98%.

Numa disputa de liderança logo após a morte de Maomé em AD632, os Muçulmanos dividiram-se entre Sunitas e Shiitas. As diferenças actuais entre as seitas incluem questões de autoridade rligiosa, prática, teológica e o papel dos descendentes de Maomé. Não há números exactos de Shiitas e Sunitas, mas a grande maioria é Sunita. 68% a 80% dos Shiitas vivem no Irão, Paquistão, Índia e Iraque

Conquanto o relatório dê uma informação preciosa para os que se interessam pela complexidade religiosa no mundo, é omisso em assuntos tais como as áreas relativas de expansão e retracção, e no merecimento de maior atenção internacional de algumas regiões. Não diz nada sobre as potenciais zonas de confronto e conflito.

James Roberts, THE TABLET, 17 de Outubro de 2009 (tradução e resumo por António Alte da Veiga)

2009-11-05

A Vida questiona o Evangelho de Domingo, 8 de Novembro

Mc. 12, 38-44
Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão, dizendo:
"Acautelai‑vos dos escribas,
que gostam de exibir longas vestes,
de receber cumprimentos nas praças,
de ocupar os primeiros assentos
nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes.
Devoram
as casas das viúvas, com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa".

Jesus sentou‑Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante.
Jesus chamou os discípulos e disse‑lhes:
"Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver".

2009-11-03

Frei Francolino Gonçalves

Este artigo do frei Bento termina assim:

"É urgente que um conjunto de estudos de Francolino Gonçalves, absolutamente fundamentais, dispersos por revistas portuguesas de escassa tiragem, seja publicado numa edição que destaque a sua importância para a cultura nacional".

Quem já teve, como eu tive, o privilégo de assistir a aulas do frei Francolino e de ler alguns dos seus artigos policopiados e trazidos pelo frei Eugénio, reconhecerá certamente a justeza desde apelo.

2009-11-02

A propósito do Evangelho...

A propósito deste dia de Todos-os-Santos, venho partilhar convosco o que me pus a pensar comigo mesmo :
Quero ser feliz? ... Claro que quero, é o que todos andamos à procura, mais ou menos conscientemente.
Quero realizar-me como pessoa? ... Obriga a muita procura e a ter de fazer escolhas e tomar decisões, mas se assim não fôr, como poderei ser feliz comigo mesmo e com as pessoas e ambiente à minha volta?
Quero ser santo? ... Antes de responder tive que pensar um bom bocado! Mas afinal o que é isto de querer ser santo?
E fui dar uma volta pelo parque em frente do convento... a matutar no Evangelho das Bem-aventuranças.
Jesus fala de caminhos de felicidade ("boa ventura")!
E se ser feliz fosse = a realizar-me como pessoa e = a ser santo?
Se esta "equação" estiver certa, ser santo é ser feliz à maneira de Jesus e permite realizar-me pesoalmente!
... Bingo! Acertei!
Se falar mais vezes a Jesus: "que é que queres de mim neste momento? Dá-me uma ajudinha para enfrentar esta contrariedade! Abre uma porta para resolver este problema! Bem hajas afinal o que me fazia mêdo correu bem melhor do que imaginava! ..." ponho em prática a "equação" de Jesus.
Fiquei feliz com a minha descoberta!

Frei Eugénio