2009-10-31

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 1 de Novembro, dia de Todos os Santos

Mt. 5,1-12.
Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele.
Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram, porque serão consolados.
Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»

2009-10-28

A insustentável leveza da ignorância

Não resisti a colocar mais este texto sobre a polémica de Saramago.
Vale a pena ler
o artigo do escritor Richard Zimler no Público, pois dá-nos uma visão mais larga do problema, a partir do ponto de vista Judeu e da história de Israel.

Termina assim:
"
As críticas de Saramago são unicamente banalidades superficiais, que revelam uma profunda ignorância da filosofia e da religião ocidentais e uma total incompreensão da linguagem poética e narrativa de desde há mais de três mil anos. Só quem ignora tal herança, jornalistas e responsáveis religiosos incluídos, poderia tornar o patético desabafo do romancista numa tal polémica. E, para mim, essa foi a parte mais desanimadora e mais perturbante de toda esta "inventada" notícia: descobrir que na sociedade onde vivemos, entre os seus membros mais ilustres e cultivados, possa prolongar-se tão lastimosa ignorância de uma parte importantíssima do legado civilizacional da filosofia e da cultura ocidentais."

ANO DA FAVA


No Domingo passado, no Ribeiro, teve inicio o ano da FAVA.
Celebração, apresentação das actividades, magusto, muita alegria e entusiasmo!

2009-10-27

Boa notícia do dia

Promoção fantástica: mostarda + fermento = sempre a crescer, de graça!
Nos supermercados JC!

Frei Eugénio

2009-10-24

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 25 de Outubro

Mc. 10,46-52.
Chegaram a Jericó. Quando ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego, Bartimeu, o filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. E ouvindo dizer que se tratava de Jesus de Nazaré, começou a gritar e a dizer: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim!»
Muitos repreendiam-no para o fazer calar, mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!»
Jesus parou e disse: «Chamai-o.» Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Coragem, levanta-te que Ele chama-te.»
E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» «Mestre, que eu veja!» respondeu o cego. Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou!» E logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.

2009-10-23

Saramago vs Saramago

O debate entre Saramago e o Pe. Carreira das Neves foi seguido de outro entre Paulo Rangel e Saldanha Sanches que retomaram do ponto de vista das respectivas especialidades (direito e direito fiscal) o debate anterior.

Saldanha Sanches afirmou que a única razão para Saramago viver em Lanzarote é o facto de ser um paraíso fiscal e assim a sua riqueza não ser tributada em Portugal. Mário Crespo ainda lhe lembrou que Lanzarote não era paraíso fiscal mas Saldanha Sanches disse que o era até há bem pouco tempo e que mesmo não sendo a única atractividade da ilha só poderia ser o regime fiscal.

Rangel por sua vez alegou a falta de conhecimento da Declaração dos Direitos Humanos que Saramago mostrava. O direito à dissidência está contido no direito à liberdade e o direito à heresia está contido na liberdade religiosa.

Saramago vs especialista da Bíblia


Debate entre Carreira das Neves e José Saramago na Sic Notícias hoje. O escritor seguia uma estratégia astuta: pegar em cada texto (Génesis, Livro de Job) e insistir na interpretação literal para pôr a ridículo a sua sacralidade. O Prof. Carreira das Neves tentava desculpar todas as ingenuidades da Bíblia com as subtilezas interpretativas (o contexto histórico, os géneros literário). O escritor terminou queixando-se da Declaração dos Direitos humanos por não consignar o dois direitos: direito à dissidência e à heresia.

2009-10-21

Saramago vs Clero

Saramago é um autor premiado por da literatura. Mas não é à literatura que se deve a sua irrupção na cena pública dos últimos dias, parece ser mais à religião. Pelo menos, é o que parece.
O pretexto da polémica (chega a ser uma discussão? digam de vossa justiça...) dizem ser a Bíblia, ou o que Saramago afirma ser a Bíblia ou os seus usos.
O Padre e Professor da Universidade Católica, Carreira das Neves diz algures que Saramago não sabe ler a Bíblia:
«Porque é que ele não vê que há milhões de católicos, protestantes, ordoxos, a lerem a Bíblia, e não somos parvos, ou será que somos todos parvos?»
Ainda assim, o teólogo referiu que José Saramago, como escritor, é um génio.
Mas génio literário à parte: "se ele ultimamente anda a chatear a Igreja Católica, eu não percebo, na minha perspectiva ele é que está a perder."
Mas Saramago, por sua vez, não se contentou com a Bíblia e, sendo a matéria abundante (para outro livro?), disparou ainda na direcção do Corão:
“O Corão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o Corão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redactores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!”
É sempre uma questão com respostas muito divergentes, essa de saber se à literatura cabe o papel missionário de revelar verdades e denunciar mentiras (se for, será uma obra literária o lugar para discutir?). A literatura pode e é de facto um lugar de crítica, mas só isso? E em nome de quê é feita essa crítica? Se é em nome da verdade é preciso um compromisso para encarar a realidade e investigar sem preconceitos. A este respeito vejo o exemplo, usado por Saramago, das guerras de religião como um bloqueio à crítica:
“as guerras de religião estão na História, sabemos a tragédia que foram”. E considerou que as Cruzadas são um crime do Cristianismo, porque morreram milhares e milhares de pessoas, culpados e inocentes, ao abrigo da palavra de ordem "Deus o quer", tal como acontece hoje com a Jihad (Guerra Santa). Saramago lamenta que todo esse “horror” tenha feito em nome de “um Deus que não existe, nunca ninguém o viu”.

Guerras religiosas são destiladas e reduzidas ao factor religioso - o que será justo quando a realidade histórica assim o confirma. E quando não são? Serve essa redução para branquear outras agentes?
Ou ainda este exemplo de obsessão pelo controlo e por totalizar tudo, por não deixar margens de sentido em aberto:
“Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”, perguntou Saramago (e quem disse que a criação foi apenas no início e não é hoje? mas claro...)
O clero esse responde prontamente como se fosse parte interessada e ofendida. Em nome de quê, de quem?

2009-10-17

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 18 de Outubro



Mc. 10,35-45.

Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: «Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos.» Disse-lhes: «Que quereis que vos faça?»
Eles disseram: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda.» Jesus respondeu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo e receber o baptismo com que Eu sou baptizado?»
Eles disseram: «Podemos, sim.» Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu bebo e sereis baptizados com o baptismo com que Eu sou baptizado; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a mim concedê-lo: é daqueles para quem está reservado.»
Os outros dez, tendo ouvido isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.»

Uma Terra Sem Gente, Para Gente Sem Terra

Merece uma visita

Esta imagem, da Exposição, representa o território da Palestina, de acordo com Nuno Coelho e Adam Kershaw.

A visitar no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães.

"Os posters desta exposição mostram diversos mapas e gráficos, assim como desenhos realizados a partir de fotografias recolhidas na viagem de um mês que Nuno Coelho e Adam Kershaw realizaram à Palestina em 2006, onde tiveram um contacto íntimo com a complexa situação da região."
Ver mais aqui.

2009-10-10

A Vida questiona o Evangelho de Domingo 11 de Outubro

Mc. 10,17-30.
Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando:
«Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?»
Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus. Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.»
Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.»
Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.»
Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.
Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!»
Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu:
«Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.»
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?»
Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível
Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.»
Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna

2009-10-08

Hipácia (ou Hipátia)

Hipácia (Hipátia ou Hypatia) por Rafael
Hipácia, única mulher da Antiguidade a destacar-se como cientista. Astrónoma, física, matemática e filósofa, Hipácia nasceu em 370, em Alexandria.
Foi a última grande cientista de renome a trabalhar na lendária biblioteca daquela cidade egípcia.

Na Academnia de Atenas ocupou, aos 30 anos, a cadeira de Plotino. Escreveu tratados sobre Euclides e Ptolomeu, desenvolveu um mapa de corpos celestes e teria inventado novos modelos de astrolábio, planisfério e hidrómetro. Neoplatónica, Hipácia defendia a liberdade de religião e de pensamento. Acreditava que o Universo era regido por leis matemáticas. Tais ideias suscitaram a ira de fundamentalistas cristãos que, em plena decadência do Império Romano, lutavam por conquistar a hegemonia cultural.
Em 415, instigados por Cirilo, bispo de Alexandria, fanáticos arrastaram Hipácia a uma igreja, esfolaram-na com cacos de cerâmica e conchas e, após assassiná-la, atiraram o corpo a uma fogueira.
Sua morte selou, por mil anos, a estagnação da matemática ocidental. Cirilo foi canonizado por Roma.

António Alte da Veiga, a partir de um artigo de Frei Betto no Jornal Fraternizar, nº 175.

2009-10-04

Brincadeira de meninos

Brincadeira é jogo e alegria!

Leiam estas histórias "dos pequeninos".
A brincar também se aprende.

E o que estas histórias nos ensinam...

2009-10-03

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 4 de Outubro

Mc. 10,2-16.
Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe, para o experimentar, se era lícito ao marido divorciar-se da mulher. Ele respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?»
Disseram: «Moisés mandou escrever um documento de repúdio e divorciar-se dela.»
Jesus retorquiu: «Devido à dureza do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito. Mas, desde o princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só. Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.»
De regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto.
Jesus disse: «Quem se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar do seu marido e casar com outro, comete adultério.»
Apresentaram-lhe uns pequeninos para que Ele os tocasse; mas os discípulos repreenderam os que os haviam trazido.
Vendo isto, Jesus indignou-se e disse-lhes: «Deixai vir a mim os pequeninos e não os afasteis, porque o Reino de Deus pertence aos que são como eles. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele.»
Depois, tomou-os nos braços e abençoou-os, impondo-lhes as mãos.

Irlanda

O Vaticano decidiu entrar na campanha pelo NÃO e... perdeu.

2009-10-02