O dia continuou com visita à Igreja da Natividade: a mais antiga Igreja Cristã nunca destruída. O respeito por ela ainda evitou que fosse invadida aquando da segunda intifada, quando alguns palestinianos lá se refugiaram (de resto são visíveis as marcas das balas disparadas de helicópteros). A Igreja está dividida em três: a dos gregos ortodoxos, a dos cristãos arménios e dos católicos (aqui chamado de latinos).
Almoçamos na paróquia da Igreja Católica Romana Melkita, onde fomos recebidos pelo pároco, sua mulher e filha. Agradeceram a visita a Belém e pedem a todos os peregrinos cristãos que quando vêm à Terra Santa fiquem sempre um ou duas noites em Belém, para ajudar os cristãos da cá. O turismo é uma das poucas fontes de receitas da cidade.
De seguida, após visita à Igreja Melkita, fomos até ao "Campo dos Pastores", com uma vista impressionante sobre um colonato judeu. Aí se celebrou missa, numa gruta, como muitas do tempo de Jesus que ainda se conservam.
De regresso ao hotel de S. Vicente da Ordem de Malta tivemos um encontro marcante com a arquitecta Jiham Anastas, cristã palestiniana, muito empenhada em nos movimentos de paz e que foi directora do Peace Center de Belém e membro do Conselho Municipal da mesma cidade.
Hoje a situação dos palestinianos é dramática e tentam preservar a única coisa que ainda não lhes tiraram: a dignidade. A sua grande preocupação são as crianças, tentando desenvolver iniciativas que lhes dêem horizontes para lá do muro que as cerca. Até hoje, os palestinianos já cederam mais de 75% da terra aos israelitas, pelo que não vê o que mais possam ceder.
