2008-03-29

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 30 de Março

Jo. 20,19-31.
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco!»

Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes:
«A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»

Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo.

Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. Diziam-lhe os outros discípulos:
«Vimos o Senhor!»
Mas ele respondeu-lhes:
«Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»

Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse:
«A paz seja convosco!»

Depois, disse a Tomé:
«Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»

Tomé respondeu-lhe:
«Meu Senhor e meu Deus!»

Disse-lhe Jesus:
«Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».

Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele.

2008-03-23

VIVA o EVANGELHO de Domingo de PÁSCOA, 23 de Março


Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia! Aleluia!


Lc. 24, 13-35

"Na verdade o Senhor Ressuscitou"

2008-03-22

SÁBADO de ALELUIA

A Criação, 1978, Marc Chagall, Fraumünster Zürich

Gén. 1, 1-2, 2

[...] «Deus viu tudo o que tinha feito: era tudo muito bom.

Veio a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.

Assim se completaram o céu e a terra e tudo o que eles contêm.

Deus concluiu, no sétimo dia, a obra que fizera e, no sétimo dia, descansou do trabalho que tinha realizado.»

2008-03-21

SEXTA-Feira Santa: PAIXÃO

Cabeça de Cristo ou paixão, 1937, Georges Rouault (1871-1958)

Jo. 18, 1-19, 42
[...]
«Para isso nasci e vim ao mundo,
a fim de dar testemunho da verdade.
Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.»
[...]

2008-03-20

QUINTA-feira Santa: Ceia do Senhor Jesus

1 Cor. 11, 23-26
Irmãos:
Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse:
"Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim."
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse:
"Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim."
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.

VIDAS PARALELAS

Sempre se pode ver como são paralelos os destinos de Jesus e de Paulo nos respectivos processos. Se é verdade que a prisão de Paulo, como está relatada nos Actos não termina em condenação, a verdade é que a mesma autoridade do César de Roma que o libertou, o irá martirizar mais tarde.

Jesus é condenado à morte por um imbróglio de motivos entre os quais uma conveniência de um grupo que decide usar a sua morte como instrumento para apaziguar o delicado equilíbrio entre Judeus e o poder Romano (jn 11.48)

Paulo é envolvido em um processo a partir de um aproveitamento , aproveitando a credulidade dos Efésios;

Acusação de querer destruir o templo de Jerusalém

Insinuações de que profanar o Templo de Jerusalém e levar à apostasia da Lei

Conluio entre autoridades judaicas e Romanas para condenar Jesus (Actos, 24, 27; 25.2)

Conluio entre autoridades judaicas e Romanas para condenar Paulo (Actos, 24, 27; 25.2)

Multidão reclama a morte de Jesus (Mt 27.22; Mc 15.3;Lc 23.21; Jn 18.40)

A massa do povo o seguia gritando: À morte com ele! (Actos, 21, 36)

Jesus é levado a Anás, depois a Caifás, a Herodes (Lc. 23.7) por fim a Pilatos (Mt 27.11; Mc 15.2; Lc 23.2; Jn 18.19)

Comparece perante o Sinédrio; depois perante o governador Félix; peranto Pórcio Festo (em Cesaréia, Actos 25), e, por fim, perante o rei Agripa e Berenice

Pilatos ainda mantém uma conversa com Jesus, que até poderia ser um sinal de interesse em conhecer Jesus; mas que termina ironicamente com um desacerto de perguntar a Jesus, que é a Verdade (Jn 14.6): “O que é a verdade?” (Jn 18.38)

O procurador Félix ainda ouve Paulo com alguma atenção; mas desiste, ao ouvi-lo falar sobre as exigências do “Caminho” (Actos, 24.24)

Pilatos está displicentemente convencido de que Jesus está inocente (Mt 27.23; Mc 15.14; Lc 23.22; Jn 18.38)

Agripa, Berenice, Festo também acham que Paulo nada fez que mereça a morte ou a prisão.

Agripa ainda ou ouve mas defende-se com ironia: “Por pouco ainda me fazes cristão!” (Act. 26.28)

Todos parecem dissimular a sua responsabilidade (atirando-a para a multidão; Pilatos propõe entregar Jesus aos Judeus para que estes o julguem conforme a sua lei; estes dizem que a Lei os proíbe (Jn18.31)

Pilatos acaba por lavar as mãos.

O seu cativeiro terminará em libertação mas o segundo cativeiro não o livrará da arbitrariedade dos senhores romanos

Não falta nada aqui: desde os inimigos feitos em acordo ou tornados amigos por causa de um inimigo comum (e.g. Judeus e Romanos, Herodes e Pilatos em Lc. 23.12); não faltam sequer pomposas celebridades (como Berenice que mais tarde fará os encantos do imperador Tito) ou autoridades embriagadas pelo seu poder e enfatuadas que não conseguem ver Jesus senão como um divertimento ou um episódio passageiro na sua agenda.

PS. Ano Paulino começará em 28 de Junho de 2008.

2008-03-17

O Justo


Le juste, comme le bois de santal, parfume la hache qui le frappe
(O justo como a madeira de sândalo perfuma o machado que a corta)
Gravura de Georges Rouault, da série Miserere et Guerre (1926).

2008-03-15

Chiara Lubich


Chiara Lubich, fundadora e presidente do Movimento dos Focolares, faleceu ontem, em Itália, aos 88 anos.

Trento, 1944

Em um refúgio anti-aéreo
abrimos ao acaso o Evangelho
na página do Testamento de Jesus:
“Pai, que todos sejam um, como eu e tu”.
Aquelas palavras pareciam iluminar-se uma a uma.
Aquele "todos" foi o nosso horizonte.
Aquele Projeto de Unidade a razão da nossa vida.

Chiara Lubich

Tal como sucedeu com o Ir. Roger, de Taizé, a sua voação desperta no contexto da II Guerra Mundial, e tal como ele, com uma vocação ecuménica e universal.

"No meio da destruição causada pela guerra, consequência do ódio, a luz do carisma nos leva a uma compreensão totalmente nova. Como se fosse a primeira vez ficamos extasiadas pela verdade sobre Deus: “Deus é amor” (1Jo 4,8): qualquer circunstância que nos atinge, seja ela alegre, triste ou indiferente, tudo nos parece uma expressão do seu amor. A alegria e a surpresa são tão grandes que não hesitamos em escolher a ele, exatamente a ele, Deus Amor, como ideal da nossa vida. E comunicamos logo, a quem está perto de nós – parentes, amigos – a nossa grande descoberta: “Deus é amor, Deus nos ama, Deus o ama!”."

VIVA o EVANGELHO de Domingo de RAMOS, 16 de Março

No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe:
«Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»

Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse:
«Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»

Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:
«Tomai, comei: Isto é o meu corpo.»

Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos.
Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados.
Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai.»
Depois de cantarem os salmos, saíram para o Monte das Oliveiras.
Jesus disse-lhes, então:
«Nesta mesma noite, todos ficareis perturbados por minha causa, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas.

Mas, depois da minha ressurreição, hei-de preceder-vos na Galileia.»

2008-03-09

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 9 de Março V da Quaresma

Jo. 11,1-45.
Estava doente [...] Lázaro, de Betânia, terra de Maria e de Marta, sua irmã. Maria, cujo irmão, Lázaro, tinha caído doente, era aquela que ungiu os pés do Senhor com perfume e lhos enxugou com os seus cabelos. Então, as irmãs enviaram a Jesus este recado:
«Senhor, aquele que amas está doente.»

Ouvindo isto, Jesus disse: «Esta doença não é de morte, mas sim para a glória de Deus, manifestando-se por ela a glória do Filho de Deus.»
Jesus era muito amigo de Marta, da sua irmã Maria e de Lázaro. [...]
Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse, então, a Jesus:
«Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.
Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.»
Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.»
Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Acreditas nisto?»
Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.»
Dito isto, voltou a casa e foi chamar sua irmã, Maria, dizendo-lhe em voz baixa: «Está cá o Mestre e chama por ti.»
Assim que ela ouviu isto, levantou-se rapidamente e foi ter com Ele. [...]
Quando Maria chegou ao sítio onde estava Jesus, mal o viu caiu-lhe aos pés e disse-lhe: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.»
Ao vê-la a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-se.
Depois, perguntou: «Onde o pusestes?»
Responderam-lhe: «Senhor, vem e verás.»

Então Jesus começou a chorar.
Diziam os judeus: «Vede como era seu amigo!» [...]
Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, vem cá para fora!»
O que estava morto saiu de mãos e pés atados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Jesus disse-lhes: «Desligai-o e deixai-o andar.»
Então, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus fez, creram nele.

2008-03-07

Aniversário


Quase passava o segundo aniversário do REGADOR sem a nossa lembrança...

Em 2 anos 520 post's (ou mensagens como agora aparece), o que dá uma boa média semanal.

E quase 22 mil visitas, o que também é interessante.

PARABÉNS, portanto, a todos!

2008-03-01

Piscina de Siloé, o que ainda se pode visitar

A piscina de Siloé e o Túnel de Ezequias, lugar que continua a ser visitado como sendo aquele onde aconteceu a cura do cego de nascença.

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 2 de Março, IV da Quaresma

Jo. 9,1-41.
Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. [...] cuspiu no chão, fez lama com a saliva, ungiu-lhe os olhos com a lama e disse-lhe:
«Vai, lava-te na piscina de Siloé» que quer dizer Enviado.
Ele foi, lavou-se e regressou a ver. [...]
Então, perguntaram-lhe: «Como foi que os teus olhos se abriram?»
Ele respondeu: «Esse homem, que se chama Jesus, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: 'Vai à piscina de Siloé e lava-te.' Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» [...]
Levaram aos fariseus o que fora cego. O dia em que Jesus tinha feito lama e lhe abrira os olhos era sábado. Os fariseus perguntaram-lhe, de novo, como tinha começado a ver. Ele respondeu-lhes: «Pôs-me lama nos olhos, lavei-me e fiquei a ver.» [...]
Perguntaram, então, novamente ao cego: «E tu que dizes dele, por te ter aberto os olhos?»
Ele respondeu: «É um profeta!»
Ora os judeus não acreditaram que aquele homem tivesse sido cego e agora visse, até que chamaram os pais dele. E perguntaram-lhes: «É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Então como é que agora vê?» Os pais responderam: «Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego; mas não sabemos como é que agora vê, nem quem foi que o pôs a ver. Perguntai-lhe a ele. Já tem idade para falar de si.» [...]
Chamaram, então, novamente o que fora cego, e disseram-lhe: «Dá glória a Deus! Quanto a nós, o que sabemos é que esse homem é um pecador!» Ele, porém, respondeu: «Se é um pecador, não sei. Só sei uma coisa: que eu era cego e agora vejo.» Eles insistiram: «O que é que Ele te fez? Como é que te pôs a ver?» Respondeu-lhes: «Eu já vo-lo disse, e não me destes ouvidos. Porque desejais ouvi-lo outra vez? Será que também quereis fazer-vos seus discípulos?» Então, injuriaram-no dizendo-lhe: «Discípulo dele és tu! Nós somos discípulos de Moisés! Sabemos que Deus falou a Moisés; mas, quanto a esse, não sabemos donde é!» Replicou-lhes o homem: «Ora isso é que é de espantar: que vós não saibais donde Ele é, e me tenha dado a vista! Sabemos que Deus não atende os pecadores, mas se alguém honrar a Deus e cumprir a sua vontade, Ele o atende. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha dado a vista a um cego de nascença. Se este não viesse de Deus, não teria podido fazer nada.» Responderam-lhe: «Tu nasceste coberto de pecados e dás-nos lições?» E puseram-no fora. Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado e, quando o encontrou, disse-lhe: «Tu crês no Filho do Homem?» Ele respondeu: «E quem é, Senhor, para eu crer nele?» Disse-lhe Jesus: «Já o viste. É aquele que está a falar contigo.» Então, exclamou: «Eu creio, Senhor!» E prostrou-se diante dele. Jesus declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos.» Alguns fariseus que estavam com Ele ouviram isto e perguntaram-lhe: «Porventura nós também somos cegos?» Jesus respondeu-lhes: «Se fôsseis cegos, não estaríeis em pecado; mas, como dizeis que vedes, o vosso pecado permanece.»

2008-02-27

Ruy Belo. Nos 75 anos do seu nascimento

O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e lhe chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro


"Portugal Futuro", Palavra[s] de Lugar, in Homem de Palavra[s]

2008-02-23

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 24 de Fevereiro III da Quaresma

Jo. 4,5-42.
Chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacob tinha dado ao seu filho José. Ficava ali o poço de Jacob.
Então Jesus, cansado da caminhada, sentou-se, sem mais, na borda do poço. Era por volta do meio-dia.
Entretanto, chegou certa mulher samaritana para tirar água. Disse-lhe Jesus: «Dá-me de beber
Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar alimentos.
Disse-lhe então a samaritana: «Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?» É que os judeus não se dão bem com os samaritanos.
Respondeu-lhe Jesus: «Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: 'dá-me de beber', tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!»
[...]
Disse-lhe a mulher: «Eu sei que o Messias, que é chamado Cristo, está para vir. Quando vier, há-de fazer-nos saber todas as coisas.»
Jesus respondeu-lhe: «Sou Eu, que estou a falar contigo.»
Nisto chegaram os seus discípulos e ficaram admirados de Ele estar a falar com uma mulher. Mas nenhum perguntou: 'Que procuras?', ou: 'De que estás a falar com ela?'
Então a mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àquela gente:
«Eia! Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz! Não será Ele o Messias?»
Eles saíram da cidade e foram ter com Jesus.
Entretanto, os discípulos insistiam com Ele, dizendo: «Rabi, come.»
Mas Ele disse-lhes: «Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis.»
Então os discípulos começaram a dizer entre si: «Será que alguém lhe trouxe de comer?»
Declarou-lhes Jesus: «O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra. [...]
Nisto, porém, é verdadeiro o ditado: 'um é o que semeia e outro o que ceifa'.
Porque Eu enviei-vos a ceifar o que não trabalhastes; outros se cansaram a trabalhar, e vós ficastes com o proveito da sua fadiga.»
Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram nele devido às palavras da mulher, que testemunhava: «Ele disse-me tudo o que eu fiz.»
Por isso, quando os samaritanos foram ter com Jesus, começaram a pedir-lhe que ficasse com eles.
E ficou lá dois dias. Então muitos mais acreditaram nele por causa da sua pregação, e diziam à mulher:
«Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.»

2008-02-22

Rezar com a vida. Viver com a oração.

Decorre este fim-de-semana em Bruxelas a II Escola de Oração.

Estamos todos em comunhão na oração com os participantes desta Escola e com os animadores (o trio Zaida, Frei Eugénio e Inês), que vão reflectir e rezar em torno destas questões:

*Quando se tem uma vida muito ocupada , como é que a própria vida pode “alimentar” a oração?

*Gostaríamos que a oração tivesse mais efeitos na nossa vida. Como consegui-lo?

*Quando comunicamos com os outros falamos e escutamos. E com Deus, como é que podemos melhorar a nossa “escuta”?

*Sabemos que só se aprende a rezar rezando, como ganhar gosto pela oração?

2008-02-21

Ar fresco

É uma entrevista que se recomenda, esta de ADELA CORTINA, catedrática de Ética e Filosofía Política da Universidade de Valencia.

Aqui ficam alguns aperitivos (com um obrigado ao Optimista por Opção pela dica):

«Para ella es imposible que no pueda haber un mañana y un futuro claro como el haz de luz de esta tierra abierta.
Aprovecha para darnos una cita que Max Horkheimer recoge en su Teoría Crítica.
Es una cita reveladora: “Si tuviera que explicar porqué Kant perseveró en la creencia en Dios, no encontraría mejor referencia que un pasaje de Víctor Hugo. Lo citaré tal como me ha quedado grabado en la memoria: una mujer anciana cruza una calle, ha educado hijos y cosechado ingratitud, ha trabajado y vive en la miseria, ha amado y se ha quedado sola. Pero su corazón está lejos del odio y presta ayuda cuando puede hacerlo. Alguien la ve seguir su camino y exclama: ‘ça doit avoir un lendemain’, ‘esto debe tener un mañana’. Porque no eran capaces de pensar que la injusticia que domina la historia fuese definitiva, Voltaire y Kant exigieron un Dios, y no para sí mismos”. »

«Adela Cortina entiende que “es una lástima que al final acabe pareciendo que los grandes temas del cristianismo son el aborto, la eutanasia, las uniones homosexuales y la investigación con células troncales, cuando, evidentemente, en el Evangelio no están ni siquiera barruntados, porque las prioridades son el amor, los pobres y los vulnerables

«En cuanto a la labor en la Universidad cree que “hay un verdadero bloqueo en el tema religioso. Tal vez porque los medios de comunicación dan una visión muy negativa. Lo más corriente es una abismal falta de información en las cuestiones religiosas. Y no sólo en el caso de los alumnos que vienen de colegios estatales, sino también en el caso de los que vienen de colegios religiosos."»

2008-02-16

Transfiguração do Filho Bem Amado


VIVA o EVANGELHO de Domingo, 17 de Fevereiro, 2.º da Quaresma

Mt. 17,1-9.
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte. Transfigurou-se diante deles: o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. Nisto, apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus:
«Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.»
Ainda ele estava a falar, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e uma voz dizia da nuvem:
«Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-O
Ao ouvirem isto, os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados. Aproximando-se deles, Jesus tocou-lhes, dizendo:
«Levantai-vos e não tenhais medo.»
Erguendo os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém. Enquanto desciam do monte, Jesus ordenou-lhes: «Não conteis a ninguém o que acabastes de ver, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.»

2008-02-13

Ainda a esmola

«Percebo (...) que falta uma intensa pedagogia da renúncia e da partilha fraterna. É verdade que, colocados perante emergências graves (terramotos, inundações,…), os cristãos respondem com generosidade. Mas também é verdade que essas situações têm respostas generosas de toda a sociedade civil. Os cristãos não fazem mais que os outros, poderíamos então dizer.
Onde os cristãos se devem distinguir dos outros é no espírito que aprendemos nos Actos dos Apóstolos: "Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. (…) Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum" (2, 42; 44).
Não se trata de fazer igual, mas de recriar, para os tempos de hoje, o mesmo espírito. Ora, é aí, na pedagogia e recriação da partilha, que as comunidades cristãs estão a falhar. Que consciência social temos dos pobres à nossa volta, das milhares de famílias que não têm o dinheiro suficiente para comer e satisfazer as suas necessidades básicas? »

Recomendo a leitura integral deste texto de António Marujo.

2008-02-09

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 10 de Fevereiro 1.º da Quaresma

Mt. 4,1-11.
Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo.
Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.
O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães.»
Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.»
Então, o diabo conduziu o à cidade santa e, colocando o sobre o pináculo do templo, disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!»
Em seguida, o diabo conduziu-o a um monte muito alto e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo com a sua glória, disse-lhe: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.»
Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto
Então, o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no.

2008-02-08

Religião e dinheiro

A postagem do Paulo sobre as opiniões de Bento XVI a propósito da esmola, colocam a vexata quaestio da relação entre o dinheiro e a religião. Para ver o problema de outro ângulo, segue um exemplo que, embora nos tenha até agora passado ao lado, está bem presente na realidade britânica.
Os muçulmanos britânicos viram-se confrontados com o dilema de contrair empréstimo e assim infrigirem as leis corânicas, muitos decidiram não o fazer. Hoje o mercado bancário adaptou-se às suas necessidades e grande parte dos bancos (HSBC, Bristol & West, Lloyds etc) já oferecem esse tipo de empréstimo.
O Islão não se opõe à riqueza mas exige a condição de que seja criada em sociedade e de forma equitativa, com riscos e lucros partilhados. O juro não é admitido pela sharia (lei religiosa muçulmana).
Assim os muçulmanos britânicos não pagam juro mas antes uma renda ao banco e só no final se tornam proprietários (mais ainda têm de pagar 20% do valor da propriedade como entrada). O mercado que era um nicho ampliou-se está hoje avaliado em mais de um bilião de libras no Reino Unido.
Este aspecto, seja dito de passagem, é um dos muitos em que os britânicos mostram a sua capacidade de integração de comunidades culturais diferentes. O próprio arcebispo de Cantuária defendeu recentemente que alguns aspectos da sharia deveriam ser introduzidos no sistema legal britânico como o divórcio para que as mulheres escapassem aos procedimentos de divórcio ocidental. As suas declarações foram, no entanto, refutadas pelo porta-voz de Brown, com o argumento de que alterações não deveriam ter a sharia como justificação, mas tão-só os valores britânicos, mesmo que em certos casos como o imposto de selo - que em um empréstimo conforme a sharia seria pago duas vezes - tivessem sido feitos ajustamentos para não discriminar quem cumprisse a sharia.

John Tavener hoje na RTP2

Passa hoje na RTP2 (às 2.35) um programa sobre John Tavener. Nascido em 1944, John Tavener (descendente, aliás, de John Taverner, outro grande compositor inglês do séc XVI) é um grande compositor da actualidade, com influências sobretudo ortodoxas (ele próprio é cristão ortodoxo) mas também de outras tradições religiosas (uma das suas obras, "The Beautiful Names", tem por texto os 99 nomes de Deus no Corão). Quem se permite recomendá-lo, não é "melómano" nem entendido que chegue em música para o fazer, mas a busca Deus de um nosso contemporâneo através da arte merece atenção. Além da wikipédia podem ler este artigo do New York Times.

2008-02-07

Esmola

Na mensagem para a quaresma deste ano Bento XVI põe a tónica essencial na esmola.

"Este ano (...) desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos."

"A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos."

O apelo à esmola nestes termos revela que:

1. Somos uma Igreja de ricos e devemos ajudar os pobres, os necessitados. Nós não somos necessitados.

2. A esmola é importante para nós, ajuda-nos a vencer as nossas tentações, é uma prática ascética.

3. Em resumo: ainda bem que há pobres, para podermos dar as nossas esmolas, e ajudar à nossa salvação!

É este o discurso e a linguagem adequados para os dias de hoje?

2008-02-06

Quarta-feira de Cinzas

"Deixai-vos reconciliar com Deus!
Regressai a mim de todo o coração, diz o profeta Joel.
E Paulo, como eco: Deixai-vos reconciliar com Deus!
As coisas são claras neste início de Quaresma.
É preciso pôr-mo-nos a caminho para ir ao essencial: ir ao encontro do Senhor, o que significa ir ao encontro de si mesmo e ao encontro dos outros.
Para isso, Jesus indica o caminho trilhado desde sempre pelos que procuram Deus: a oração, o jejum e a partilha.
Hoje, tenho necessidade de alguns instantes para fazer o ponto da situação.
Parto de novo para a circum-navegação da minha vida.
Uma pergunta: Que rumo tomo para estes 40 dias de treino para a Páscoa? De treino para a primavera de Deus?"
Jacques Nieuviants, e-formation croire.com

Nasceu ANTÓNIO VIEIRA...há 400 anos!

Acerca deste Português, Padre da Companhia de Jesus - homem da Palavra e de Utopia, muito valerá a pena pesquisar e aprender. Poderemos encontrar outras pistas por aqui.

2008-02-04

The rewards assigned to the beatitudes refer to this life?

O texto referido pelo Armando no comentário ao post anterior pode ser lido aqui.

A propósito, transcrevo este excerto do mesmo texto de S. Tomás sobre as bem-aventuranças:
«All these rewards will be fully consummated in the life to come: but meanwhile they are, in a manner, begun, even in this life. Because the "kingdom of heaven," as Augustine says (De Civ. Dei xiv; Cf. De Serm. Dom. in Monte, i, 1), can denote the beginning of perfect wisdom, in so far as "the spirit" begins to reign in men.»

2008-02-02

VIVA o EVANGELHO de Domingo, 3 de Fevereiro

Mt. 5,1-12.
Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele.
Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito,
porque deles é o Reino do
Céu
.

Felizes os que choram, porque serão consolados.
Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados
.

Felizes os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia
.

Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus
.

Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino do Céu.

Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos,
porque grande será a vossa recompensa no
Céu
; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»

2008-01-30

60 anos...Gandhi...


"Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma."

"O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo."

"Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio.”

Mahatma Gandhi (02.10.1869 - 30.01.1948)