2022-04-30

Diálogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do 3º Domingo da Páscoa (São José Operário), 1 de maio, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui

 


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Evangelho (Jo 21, 1-14) 

 

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo:

Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa que comer?». Eles responderam: «Não».
Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes.
O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica, que tinha tirado, e lançou-se ao mar.
Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes.
Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão.
Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora».
Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede.
Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes.
Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

 

DIÁLOGO

 

Na passagem do Evangelho de João que acabamos de ler, os discípulos tinham deixado Jerusalém e seus arredores, onde tinham vivido os últimos momentos com Jesus e também onde beneficiaram das primeiras aparições do Ressuscitado.

Já não estão em Jerusalém, mas na Galileia.

 

Retomaram as suas ocupações habituais. Alguns voltaram a pescar. 

 

O encontro com Jesus na margem do lago, tanto para Pedro como para os outros companheiros, não é uma ocasião de dar testemunho, mas sim um momento de familiaridade e grande proximidade com Jesus Ressuscitado.

 

A cena que nos é contada, mostra Jesus a dirigir-se aos discípulos num tom muito familiar: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?»

Depois, quando chegam a terra, veem um fogo de brasas com peixe, e algum pão.

E Jesus convida-os a almoçar com Ele.

 

Esta é uma cena que nos toca profundamente, na sua simplicidade.

Não é uma aparição onde a luz brilha, onde o rosto de Jesus está iluminado, onde as suas roupas são mais brancas do que a neve.

Não, trata-se de gestos e de palavras da vida quotidiana.

 

O Ressuscitado mostra-se aos discípulos e aproxima-se deles como o fazia nos dias da sua vida terrena.

A relação dos discípulos com Jesus Ressuscitado não está perdida depois da sua morte, mas transformada.

 

É por isso que o autor do Evangelho escreve que "esta foi a terceira vez que Jesus ressuscitado dos mortos, se manifestou aos seus discípulos".

As aparições de Jesus Ressuscitado são todas manifestações de uma nova presença que os discípulos experimentam.

 

Os pormenores do relato evangélico têm por objetivo fazer-nos compreender que esta presença do Ressuscitado, mesmo que seja diferente da sua presença terrena, é uma presença igualmente real, uma presença que podemos de facto experimentar na nossa vida quotidiana.

 

Não temos de deixar as nossas ocupações habituais para nos encontrarmos com Jesus Ressuscitado.

Tal como os discípulos, podemos encontrá-Lo nas atividades que preenchem os nossos dias: no trabalho e no descanso, no silêncio e em conversas com o outros, diretamente ou pelo smartfone, porque não através do WhatsApp  ou no Facebook ?

Jesus Ressuscitado, como Ele próprio disse, está presente sempre que dois ou três estão reunidos em Seu nome, ou nas mais variadas situações com crianças, jovens, adultos ou idosos e sempre também quando estamos em família.  

De facto, Jesus Ressuscitado continua a manifestar-se no nosso mundo e nas nossas vidas, como o fez com os discípulos à beira do lago, sentado, com as brasas prontas para assar os peixes.

 

Jesus também espera pelas nossas atitudes e respostas de amor e de fé.

Ele também nos diz a cada um de nós: «Tragam alguns desses peixes que acabaram de apanhar», «Venham comer comigo».

 

Esta época pascal favorece o estarmos profundamente envolvidos pela presença de Jesus Ressuscitado, Aquele que está vivo ontem, hoje e amanhã.

Mesmo quando a sua presença parece desaparecer, não devemos deixar-nos desencorajar.

 

Jesus Ressuscitado quer estar sempre presente connosco.

 

O evangelista João termina esta narrativa com um simples resumo: «Esta foi a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.»

 

O Senhor Ressuscitado não deixa os seus filhos como órfãos, mas dá-lhes o Seu poder para continuarem a sua missão de darem a conhecer e a viverem com fé o poder do Amor de Deus.

 

Tal como aos apóstolos, Jesus dá-nos a missão de fazermos o nosso melhor para ajudarmos cada pessoa que encontramos ou com quem convivemos, a ter uma vida que valha a pena ser vivida, seguindo o estilo e o modo de ser de Jesus.

Deixemos que as nossas vidas sejam transformadas em Jesus Ressuscitado, o Senhor da Vida.

 

frei Eugénio, op



2022-04-23

Diálogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do 2º Domingo de Páscoa (da Misericórdia), 24 de abril, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui

 


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Evangelho (Jo 29, 19-31) 

 

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana,

estando fechadas as portas da casa

onde os discípulos se encontravam,

com medo dos judeus,

veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:

«A paz esteja convosco».

Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado.

Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.

Jesus disse-lhes de novo:

«A paz esteja convosco.

Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós».

Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:

«Recebei o Espírito Santo:

àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados;

e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».

Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,

não estava com eles quando veio Jesus.

Disseram-lhe os outros discípulos:

«Vimos o Senhor».

Mas ele respondeu-lhes:

«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos,

se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado,

não acreditarei».

Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa

e Tomé com eles.

Veio Jesus, estando as portas fechadas,

apresentou-Se no meio deles e disse:

«A paz esteja convosco».

Depois disse a Tomé:

«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos;

aproxima a tua mão e mete-a no meu lado;

e não sejas incrédulo, mas crente».

Tomé respondeu-Lhe:

«Meu Senhor e meu Deus!»

Disse-lhe Jesus:

«Porque Me viste acreditaste:

felizes os que acreditam sem terem visto».

Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos,

que não estão escritos neste livro.

Estes, porém, foram escritos

para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus,

e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.



 

DIÁLOGO

Devo dizer-lhes que há muito tempo que tenho uma admiração especial por São Tomé, o Apóstolo.

 

Mas pobre Tomé! Habituámo-nos a vê-lo como um exemplo do ceticismo e das dúvidas de fé. Como diz o ditado: «Ver para crer, como São Tomé!»

 

Tantas pregações, como pinturas famosas, mostraram-no a colocar o dedo na ferida feita pela lança no peito de Jesus e por isso temos dificuldade em vê-lo de outra forma. 

 

Na tradição evangélica, o tema da dúvida faz parte integrante das aparições de Jesus Ressuscitado e do caminho de fé que elas exigem.

Até que os discípulos reconhecessem que Aquele que lhes apareceu depois da morte na cruz e de ter sido colocado num sepulcro é o próprio Jesus de Nazaré que conheceram e seguiram, são precisas várias etapas.

Este tema tradicional da dúvida como etapa da fé, está perfeitamente ilustrado na aparição de Jesus Ressuscitado a Tomé, que nos relata o Evangelho de hoje.

 

No Evangelho de João, o apóstolo Tomé já era um personagem com certo relevo.

Foi ele que tinha incitado os seus companheiros a enfrentarem, se necessário, a morte quando Jesus ressuscitou Lázaro, que já estava morto há vários dias (Jo 11,16).

Tinha sido também Tomé que tinha interrogado Jesus em nome dos apóstolos, quando Este lhes falou dum caminho que deviam seguir, sem lhes ter indicado, de modo claro, que esse Caminho era Ele próprio, Jesus. (Jo 14,5).

Assim, Tomé não é um descrente e um incrédulo como é frequentemente apresentado. Pelo contrário, Tomé é o discípulo que se encaminha com passos firmes até uma fé autêntica.

 

Os evangelistas quiseram revelar-nos um aspeto essencial da fé pascal. Esta não é o fruto de uma fácil exaltação, correspondente ao gosto pelo espetacular e pelo maravilhoso. Segundo o evangelista João, este gosto é mesmo o principal obstáculo à compreensão do significado dos «sinais» operados por Jesus.

Há sempre o perigo de se ficar preso na materialidade dos «sinais» sem se compreender que eles se referem a outra realidade invisível.

João quer mostrar-nos, através do seu Evangelho, como Jesus queria, através de "sinais" visíveis e tangíveis, levar as pessoas a descobrir, nas suas próprias vidas, o significado desses sinais, para as levar a descobrirem, na fé, o Mistério da Sua Pessoa e da Sua Missão.

 

A fé pascal é uma vitória que o próprio Ressuscitado teve de conquistar sobre as dúvidas que paralisavam os seus mais próximos e os seus seguidores.

 

Jesus é também Aquele que conhece os desejos mais íntimos e secretos de cada pessoa.

Quanto a Tomé, Jesus foi o primeiro a "ver" no coração dele o desejo profundo que ele tinha de O encontrar e de n’Ele confiar.

 

Parece que esta subtileza da narrativa de João escapou a numerosos pregadores e a célebres pintores, que afirmaram e representaram Tomé a tocar na ferida do peito de Jesus Ressuscitado, para se certificar de que era mesmo Ele.

Mas o evangelista João não nos diz nada disso. Basta verificar o texto.

 

O evangelista nunca poderia ter considerado correta a atitude de Tomé, se ela tivesse consistido numa verificação sensível, tocando na ferida que a lança tinha aberto no peito de Jesus crucificado.

Se assim fosse, nunca João poderia ter colocado nos lábios de Tomé a extraordinária profissão de fé que lemos: «Meu Senhor e meu Deus!»

Tomé une «Senhor» (Kyrios /Yahweh) com «Deus» (Theos / Elohim).

Tomé é o primeiro a descobrir que podemos dar a Jesus Ressuscitado os títulos que a Bíblia reservava com grande exclusividade somente a Deus, o Santo e o Eterno.

Nos quatro Evangelhos, Tomé é o único a pronunciar uma tal invocação: «Meu Senhor e meu Deus!».

Mas o relato de João permite-nos descobrir que não é só em seu próprio nome que o apóstolo exclama: «Meu Senhor e meu Deus!». Através dele, é toda a comunidade crente, que faz a mesma proclamação de fé.

 

Pessoalmente, adotei a tradição muito bela e significativa que vivi pela primeira vez na ilha de São Tomé, em África.

Nas Missas, quando no momento do relato da Última Ceia, o celebrante eleva durante uns momentos o Corpo e o Sangue de Jesus Resuscitado, tanto o que preside como toda a assembleia, proclamam em alta voz o ato de fé de Tomé, o Apóstolo: «Meu Senhor e Meu Deus!».

Que emocionante ato de fé!

Com esta proclamação, estamos a pedir ao Senhor Jesus Ressuscitado que permita que Ele se torne verdadeiramente o Senhor de todas as facetas das nossas vidas.

Que mais e melhor podemos desejar e pedir?

 

 

 frei Eugénio op


 

2022-04-15

Diálogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do Domingo da Páscoa, 17 de abril, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui

 


Evangelho (Jo 20, 1-9) 

 

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. 

Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram». 

Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. 

Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. 

Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. 

Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. 

Entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, viu e acreditou. 

Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

 
DIÁLOGO
 
Esta manhã celebramos a memória da mais bela de todas as manhãs da História humana, a manhã da Ressurreição de Jesus, em Jerusalém.

 

Aqui na Europa, para muitos cristãos são as "férias da Primavera" para relaxar e desfrutar do bom tempo e o Domingo de Páscoa é um fim-de-semana prolongado. Ainda existem algumas tradições familiares, mas para muitos a Ressurreição de Jesus já não é realmente significativa.

 

O relato do Evangelho de João pode guiar-nos. 
Em primeiro lugar, apresenta a constatação de Maria Madalena que o túmulo onde tinham depositado o corpo de Jesus, descido da cruz, estava vazio! E daí ela dizer: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram» e aflita e apressadamente vai dizê-lo aos apóstolos Pedro e João.  
Ao receberem esta mensagem, estes dois discípulos correram até ao sepulcro e também eles verificaram que estava vazio, que o corpo de Jesus não estava lá. O evangelista acrescenta que o apóstolo João «viu e acreditou.», mas não nos diz nada sobre a atitude de Pedro.

 

Assim, a manhã mais decisiva de todas as manhãs da História, a manhã da Ressurreição de Jesus em Jerusalém, tem lugar sem testemunhas diretas, sem manifestações de alegria, sem aclamações. Embora estejamos habituados a ver muitas pinturas, vitrais e iluminuras de grandes artistas, representando Jesus saindo do túmulo de uma forma majestosa, rodeado pelos discípulos e por Maria, na realidade ninguém testemunhou a Ressurreição de Jesus.

 

O único facto que os primeiros cristãos apresentavam como um "sinal" da Ressurreição de Jesus foi que o corpo de Jesus tinha desaparecido e que o túmulo estava vazio!

 

Ao lermos neste Domingo de Páscoa o relato de João, pode ser uma boa ocasião para compreendermos melhor a angústia de Maria Madalena, a fé de João e o questionamento de Pedro. 
 
O relato diz-nos também que: «Até então, os discípulos não tinham compreendido que, segundo as Escrituras, Jesus tinha de ressuscitar dos mortos.»Mas este relato permite-nos meditarmos sobre o que poderá significar que Jesus Ressuscitado é o Senhor da Vida.

 

Nos relatos da Paixão de Jesus, vemos como as forças do Mal e do Pecado parecem ser vitoriosas, conseguindo condenar à morte e executar Jesus no tormento da cruz. 
Neste dia, os cristãos celebram a vitória do Amor de Deus, que eleva Jesus acima da «mansão dos mortos» e que manifesta que é mais forte do que as forças destrutivas da Vida.

 

Muitos acontecimentos e situações nas nossas vidas e na História da humanidade estão cheias de sofrimentos e de grandes catástrofes, como as que estamos a viver presentemente:  
-a nossa «casa comum» em grande perigo;
-a pandemia de Covid-19 e das suas variantes que tem alterado completamente o nosso modo de estarmos presentes e de trabalharmos e comunicarmos uns com os outros; 
-a guerra que começou há mais de cinquenta dias com a invasão da Ucrânia, e consequentemente destruição, mortes, violência, sofrimento, angústia, medo…

 

A Páscoa que festejamos este ano de 2022 pode ser uma oportunidade para reforçarmos a nossa confiança no poder do Amor de Deus e a nossa esperança seja mais forte do que todas as forças das inúmeras facetas do Mal. Este seria o maior presente que poderíamos receber nesta festa da Páscoa.


Os discípulos descobrem que o Ressuscitado lhes ofereceu uma nova capacidade de amor e de esperança e dão testemunho disso. 
 
É graças a eles e a todas as gerações de cristãos até aos dias de hoje, que também podemos testemunhar o facto de termos encontrado Jesus Ressuscitado. 
 
Neste dia de Páscoa, podemos colocar-nos diante de Jesus Crucificado, a fonte da nossa paz, e peçamos-Lhe paz do coração e a paz no mundo, rezando-Lhe: 
«Senhor Jesus Ressuscitado aumenta a nossa fé na Tua presença viva!» 
«Senhor Jesus Ressuscitado aumenta a nossa fé no poder do Teu Amor, o único que pode erradicar o ódio dos nossos corações e transformar as nossas fragilidades e aflições!».

 

  fr. Eugénio op

 

 

2022-04-09

Diálogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do Domingo de Ramos, 10 de abril, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui

 


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Evangelho (Lc 19,28-40) 

 

E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o.
E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister.
E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
E eles responderam: O Senhor o há de mister.
E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.

 

DIÁLOGO

 

 

 

 


 

E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o.
E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister.
E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
E eles responderam: O Senhor o há de mister.
E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.

Lucas 19:28-40

 

E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o.
E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister.
E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
E eles responderam: O Senhor o há de mister.
E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.

Lucas 19:28-40
E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.
E aconteceu que, chegando perto de Betfagé, e de Betânia, ao monte chamado das Oliveiras, mandou dois dos seus discípulos,
Dizendo: Ide à aldeia que está defronte, e aí, ao entrar, achareis preso um jumentinho em que nenhum homem ainda montou; soltai-o e trazei-o.
E, se alguém vos perguntar: Por que o soltais? assim lhe direis: Porque o Senhor o há de mister.
E, indo os que haviam sido mandados, acharam como lhes dissera.
E, quando soltaram o jumentinho, seus donos lhes disseram: Por que soltais o jumentinho?
E eles responderam: O Senhor o há de mister.
E trouxeram-no a Jesus; e, lançando sobre o jumentinho as suas vestes, puseram Jesus em cima.
E, indo ele, estendiam no caminho as suas vestes.
E, quando já chegava perto da descida do Monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto,
Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas.
E disseram-lhe de entre a multidão alguns dos fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos.
E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão.

Lucas 19:28-40

 


2022-04-02

Diáogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do 5º Domingo da Quaresma, 3 de abril, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui



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Evangelho (Jo 8,1-11) 

 

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras.

Mas, de manhã cedo, apareceu outra vez no Templo, e todo o povo se aproximou dele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu, que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-lo, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».
 
DIÁLOGO 

Para quem está a seguir um caminho quaresmal, a Páscoa já está próxima, é daqui a quinze dias!

 

Esta passagem do Evangelho que lemos é surpreendente: o encontro de Jesus com uma mulher que ia ser condenada à morte por apedrejamento, por ter sido surpreendida em adultério. 

 

Os homens ilustres e os conhecedores da Lei de Moisés, que estavam no Templo de Jerusalém, colocaram-na, ali, no meio dos presentes e pediram a Jesus que assumisse o papel de juiz.

 

O que pretendiam era pôr Jesus diante do dilema: ou seguir a Lei de Moisés, condenando-a à morte por apedrejamento, ou usar Misericórdia, poupando-a da pena de morte.

 

Então Jesus, inclinou-se e começou a escrever na terra. Depois dum tempo de silêncio, disse-lhes, por outras palavras: “Quem dentre vós é moralmente perfeito, quem tem seguido a Lei sem nenhuma falha, que atire a primeira pedra à mulher condenada.”

 

Voltou a inclinar-se e continuou a escrever na terra.

Tem-se especulado muito sobre o que é que Jesus poderia ter escrito.

Mas isso não é importante. São os gestos de Jesus que valem por si mesmos, pois deram tempo para que os acusadores pudessem pensar melhor e decidir sobre a sua própria perfeição moral.  

 

Perante a questão que Jesus lhes dirigiu, os acusadores puderam ficar conscientes que nenhum deles era “impecável", um cumpridor perfeito da Lei. Viram, assim, que para serem honestos teriam de se retirar e abandonar o apedrejamento. E foi o que todos foram fazendo.

 

Num comentário bíblico que se tornou famoso, Santo Agostinho escreveu que depois de todos os acusadores se terem retirado ficaram sós, frente-a-frente, aquela mulher e Jesus que ele apresenta dizendo: a miserável e a misericórdia.

 

Que encontro fantástico!

Podemos imaginar-nos no lugar daquela mulher!

Numa situação miserável, sozinho(a)s, sem defesa,

com os que nos condenam e acusam à nossa volta,

aquele olhar transformador que vê o fundo de nós mesmos! 

 

Se já tivermos tido a experiência de uma situação semelhante à da mulher no templo, de alguém nos olhar nos olhos, de modo semelhante ao de Jesus, terá sido uma sensação de felicidade inesquecível!

 

O que Jesus tinha de melhor para oferecer a esta mulher era  a sua misericórdia: "Nem Eu te condeno".

Foi como se lhe tivesse dito: «Vai, começa uma nova vida!»

 

Jesus não assume o papel de juiz, que julga apenas a situação em que aquela mulher foi encontrada, mas, olha com amor para o interior dela, tem presente as circunstâncias da sua vida e concentra-se mais no desejo e na capacidade dela para se deixar renovar e passar a ter uma vida nova.

 

Esta atitude de Jesus é a que Ele tem com todos nós.  

Jesus quer encorajar-nos a nos convertermos, a renovarmos atitudes e modos de pensar. O passado deixa-nos marcas fortes, mas não pode aprisionar-nos para sempre.

É por isso que Jesus diz com clareza à mulher: "Vai e não tornes a pecar» Muda de vida!

 

A misericórdia de Jesus não é um « laissez-faire », com medo de fazer qualquer julgamento moral, dizendo que cada um tem o direito fazer o que entende.

 

A atitude a desenvolver por quem quer seguir Jesus é a de respeito e amor pelas pessoas, qualquer que seja a sua situação de vida e a sua história pessoal: o(a) miserável e a misericórdia, a olharem-se mutuamente.

 

Mas como podemos nós chegar a esta atitude de acolhimento e respeito pelas pessoas, nas suas fraquezas e nas suas fragilidades e nas atitudes de desamor?

Não é nada fácil!

A sociedade à nossa volta está cheia de marcas de todo o tipo de feridas, de projetos falhados, de incompreensões e desconfianças difíceis de suportar…

Mas não é apenas a sociedade, é também cada um de nós que, como aquela mulher, suporta o peso das suas próprias limitações, fragilidades e sobretudo as atitudes e as palavras acusadoras e julgadoras que lhe são dirigidas.

 

Mas esta atitude de Jesus pode levar-nos a procurar criar comunidades de perdão e esperança, desde o nível familiar até ao internacional, em que todo(a)s possam viver e conviver em respeito e harmonia.

 

Se acreditarmos que Jesus Ressuscitado está presente entre nós, então no meio das dificuldades, incoerências e contrariedades das nossas vidas, poderemos escutar as suas palavras no nosso coração: «Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

 

 frei Eugénio  op


2022-03-26

Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria

 "O ato de consagração” da Igreja e da humanidade ao Imaculado Coração de Maria “não se trata de uma fórmula mágica, mas de um ato espiritual”.

Se quisermos que mude o mundo, tem de mudar primeiro o nosso coração. Para o conseguirmos, deixemos hoje que Nossa Senhora nos leve pela mão”, afirmou Francisco. “Que Ela tome pela mão o nosso caminho e o guie, através das veredas íngremes e cansativas da fraternidade e do diálogo, pela senda da paz”, continuou o Papa.







Diálogo com o Evangelho

Diálogo com o Evangelho do 4º Domingo da Quaresma, 27 de março, por Frei Eugénio Boléo, no programa de rádio da RCF "Construir sur la roche". Pode ouvir aqui



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Evangelho (Lc 15,1-3.11-32)


Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.

Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles».

Jesus disse-lhes então a seguinte parábola:


«Um homem tinha dois filhos.

O mais novo disse ao pai: "Pai, dá-me a parte da herança que me toca". O pai repartiu os bens pelos filhos.

Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta.

Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar privações.
Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
Então, caindo em si, disse: "Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores".
Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Disse-lhe o filho: "Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho".
Mas o pai disse aos servos: "Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés.
Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado". E começou a festa.
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo.
O servo respondeu-lhe: "O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo".
Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele.
Mas ele respondeu ao pai: "Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos.
E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo".
Disse-lhe o pai: "Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado"».


DIÁLOGO


Nesta parábola Jesus dirige-se a um grupo de fariseus e de escribas que discordavam e se opunham às atitudes d’Ele porque acolhia e até ia comer a casa de pecadores.

Habitualmente esta parábola é conhecida com a «parábola do filho pródigo». É utilizada para levar os cristãos a terem atitudes de arrependimento pelo mal feito e a celebrarem o Sacramento do Perdão.

Se seguirmos o texto da parábola, como se fosse um vídeo, vemos que Jesus utilizou muitos detalhes visuais: o filho mais novo a pedir a sua herança; a sua partida para um país distante onde se se fartou de divertir e de gastar dinheiro; o filho na pocilga com os porcos; depois o filho a refletir e a cair em si mesmo; o pai a ir abraçar o filho no seu regresso a casa; o banquete preparado pelo pai; o irmão mais velho zangado não quer entrar na festa; o pai que vai ao encontro do filho mais velho.

 

Qual é a mensagem de Jesus nesta parábola?

Será o perdão? Mas o pai não disse nenhuma palavra sobre perdão ou absolvição.

Mesmo quando o irmão mais velho resmungou com o pai por ele ter acolhido festivamente o filho mais novo, o pai não disse nada que desculpasse o comportamento desse filho.

 

No final destas cenas cheias de vida, vem a mensagem que Jesus quer que descubramos: "Este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado".

Esta frase é retomada pelo pai quando vai ter com o filho mais velho, que repreende o seu pai por ter tratado com tanta bondade um filho que o abandonou: «teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado».

 

O pai lembra ao filho mais velho que ele tem um irmão, que estava dado como morto e que afinal está vivo.

A dádiva que o pai deu a este filho, que o abandonou e que andou numa independência desorientada foi a compaixão.

Podemos chamar a esta parábola «A parábola do Pai cheio de compaixão».

 

A atitude de compaixão, na língua hebraica «rahamim» tem a ver com as entranhas, com seio materno, para exprimir que a compaixão vem bem de dentro, como o amor de mãe pelo filho que ela trouxe no seu ventre.

A compaixão é uma das atitudes mais consoladoras e renovadoras nas vidas das pessoas.

 

Na parábola, a compaixão do pai conduz à mudança de atitude e também à mudança de coração do seu filho mais novo. Quando ao filho mais velho, a parábola não o diz, mas podemos esperar que também ele tenha aceitado mudar.

Mas, a história do filho mais novo inclui a do filho mais velho.

Este está ressentido. Nem mesmo o regresso do seu irmão o fará querer participar na celebração familiar.

Mas o pai vai ter com o filho mais velho, tal como tinha ido ao encontro do mais novo. Ele quer que ambos se descubram como irmãos e que se alegrem com o bem um do outro.

 

Jesus apresenta-nos Deus como Pai que só quer ter uma autoridade a da compaixão. Esta compaixão faz com que todas as formas de desamor e de sofrimento dos seus filhos, causem uma imensa tristeza no seu coração.

É, por isso, que na parábola o pai estende os braços sem se cansar na direção dos seus filhos, esperando que eles vão ter com Ele e queiram participar na alegria da festa do Amor eterno.

Nesta nossa caminhada para a Páscoa deixemos espaço em nós para a compaixão para com as nossas irmãs e irmãos, pois a compaixão pode mudar a história das nossas vidas.

 

     frei Eugénio op