2008-09-26
Cristãos na Índia: a ferro e fogo
Já tínhamos escrito aqui que o ecumenismo da moderna Índia não era entusiasmante. Mas agora a ver pelas notícias do Asia News as coisa estão assustadores. Até ao Verão passado o país mais perigoso para os cristãos era o Iraque agora é a vez da Índia.
A região crítica é Orissa onde morreram 50 pessoas (maioria cristãos) depois de um líder Hindu ter sido morto no passado dia 23 de Agosto. Alguns milhares de Cristãos fugiram das suas aldeias e encontram-se agora em campos de refugiados. Ataques organizados, igrejas incendiadas. Panfletos distribuídos aos milhares no estado de Karnataka em que os cristãos são ameaçados de expulsão do território indiano ou de conversão à religião mãe que é o hinduísmo sob pena de serem mortos por "bons indianos que assim mostrarão a sua bravura e o seu amor à pátria". Acusações às irmãs de Caridade (fundadas pela Madre Teresa de Calcutá) de sequestro e conversão forçada de crianças...
Esperemos que a União Europeia trate do assunto na cimeira de Domingo.
A VIDA QUESTIONA O EVANGELHO - 28 de Setembro (26º Dom. comum)
(Mt 21, 28-32)
Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: "Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse lhe: 'Filho, vai hoje trabalhar na vinha'. Mas ele respondeu: 'Não quero'. Depois, porém, arrependeu se e foi. O homem dirigiu se ao segundo filho e falou lhe do mesmo modo. Ele respondeu: 'Eu vou, Senhor'. Mas de facto não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai?". Eles responderam Lhe: "O primeiro". Jesus disse lhes: "Em verdade vos digo: os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. João Baptista veio até vós, ensinando vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele".
2008-09-20
Mulheres no Sínodo dos Bispos
No Sínodo de 2005 sobre a Eucaristia não houve nenhuma mulher entre os peritos e no Sínodo sobre a Vida Religiosa em 2001 houve uma apenas.
Estas mulheres figuram na lista papal de nomeações para o próximo sínodo. Fazem parte de um total de 41 peritos e 38 “observadores”.
Entre essas investigadoras estão três biblistas – Prof. Bruna Costacurta e a Irmã Nuria Calduch Benages (na primeira foto), ambas a leccionar na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, a Irmã Mary Jerome Obiorah, professora no seminário maior de Onitsha, Nigéria. Foi também nomeada Sara Butler (foto do meio), professora de dogmática no seminário Saint Joseph em Nova Iorque e uma das duas mulheres membros da Comissão Teológica Internacional. As outras duas mulheres peritos no Sínodo são Marguerite Léna (foto ao fundo), professora de filosofia na escola Madeleine Danièlou (para raparigas) em Paris; e a Irmã Germana Strola, monja trapista em Itália.
A VIDA QUESTIONA O EVANGELHO - 21 de Setembro (25º Dom. comum)
2008-09-17
A FAVA em Roma (sem ver o Papa)
Um grupo de 21 pessoas, com a Zaida, o frei Eugénio, Bruno e companhia
Como a beleza da terra nos pode conduzir à beleza do céu ! (Aqui no Museu do Vaticano).)
Foi um encontro com os passos dos primeiros cristãos (na imagem entrada das Catacumbas de São Calisto) e com o esplendor da cultura Romana.
2008-09-15
Ainda Bento XVI em Paris: desafios
a) o abismo que separa as gerações: dito de forma concreta, como transmitir a fé aos nossos filhos cuja cultura é completamente diferente;
b) de uma Europa outrora "cristã", i.e., composta por católicos, luteranos, calvinistas, anglicanos, ortodoxos... passamos a uma Europa multi-religiosa. No caso particular da França a segunda religião é o Islão.
c) Daí a pertinência da declaração do Concílio Vaticano II sobre a liberdade religiosa: é preciso respeito mútuo entre as crenças ao mesmo tempo que o dever do cristãos de testemunhar a sua fé no respeito para com os outros.
2008-09-14
Bento XVI em França e o jornalismo reumático
Mas onde estão as questões sobre as opiniões políticas dos católicos franceses (para mim ver a fotografia da ministra Aliot ou François Bayrou de capa da Ordem de Malta não me satisfaz...) sobre o momento geopolítico, sobre a relação entre Islão e catolicismo na França de hoje, sobre política económica, ou mesmo sobre a sua relevância nos partidos onde estão? Sobretudo não vi uma caracterização da Igreja Francesa pós-conciliar (muito diferente da Itália como se pode ver pela mensagem já publicada aqui) etc etc etc (podem acrescentar muitas mais nos contributos...).
Pareceu-me, para dizer a verdade, um jornalismo muito reumático...
P.S. A quem interessar Levillain, que começou por investigar na sua tese uma das personalidades mais importantes do chamado catolicismo social francês do séc. XIX ( Albert de Mun. Catholicisme Français et Catholicisme Romain du Syllabus au Ralliement.) também é autor da seguinte obra: Passion, tourment ou espérance ? Histoire de l'Apostolat des laïcs, en France, depuis Vatican II, 2003.
2008-09-11
A VIDA questiona o Evangelho de Domingo, 14 de Setembro
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
2008-09-07
A Venezuela, conhece?
Hoje é clarinetista e ensina em um conservatório em Caracas. Trata-se de El sistema, uma iniciativa da autoria de um economista, organista e político que conseguiu ao longo de 30 anos apoio dos vários governos (hoje recebe um pouco abaixo do orçamento da Fundação Calouste Gulbenkian, i.e., 29 milhões de dólares).
Não pensem que é uma iniciativazinha qualquer. Claudio Abbado, Giuseppe Sinopoli, Zubin Mehta lá vão à Venezuela ensaiar orquestras e assim novos talentos venezuelanos lá vão povoando as orquestras internacionais.
Graças a essa iniciativa genial as orquestras juvenis proliferam e os miúdos são retirados das ruas e da deliquência.
Um deles tomará a direcção artística da Sinfónica de Los Angeles: Gustavo Dudamel. Esa-Pekka Salonen descobriu-o no Festival Mahler de Bamberg.
Alguma lição a colher daqui?...
2008-09-06
A vida questiona o Evangelho de Domingo, 6 de Setembro 2008
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: "Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra desligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles".
2008-09-05
Dar a César
McCain não fez por menos e escolheu uma senhora impecavelmente anti-aborto, com circunstâncias auto-biográficas a darem mais realismo à sua posição.
Até uma jovem autora muçulmana Asma Gullan Osan (Why I am a Muslim) apareceu na CNN toda entusiasmada com o discurso de Palin. Não lhe agradou todavia a expressão "terrorismo islâmico" por considerar que ofende muçulmanos que o não apoiam.
O jogo entre religião e política é sério e, diria, violento. Reparem como ambos os partidos, puxa daqui puxa dali, piscam o olho ao eleitorado católico (1/4 do total).
Ora a descida da Igreja à liça é que nem sempre se sai bem. A posição do Arcebispo de Denver, por exemplo, faz parecer a eleição um referendo com uma única questão. Pior do que isso: faz o jogo dos políticos que sabem muito bem o que estão a fazer. E pior do que isso sai fora das linhas que o Papa estabeleceu nessa matéria.
Vamos citar a costumada sensatez do The Tablet: "Pedir à Igreja para não se meter na política é claramente irrazoável. Mas se os bispos católicos quiserem exercer influência política devem fazê-lo com uma apreciação mais subtil de questões complexas. Se não forem prudentes, os líderes da Igreja acabarão por ser cinicamente manipulados por aqueles cujo real interesse
não é a moralidade mas o poder."
Eu, por mim até acho que a Igreja, entenda-se nós cristãos e não apenas, mas também os Srs bispos e etc (cada um no seu devido lugar), se deveria meter mais. Mais ainda deviam levar a sua batalha pela vida a peito e em todas as questões, nomeadamente, nas questões de política externa que não sabemos quantos vidas mais vão ceifar... em nome de ... sei lá bem...