2008-06-28

Pedro, Paulo, a Palavra e a Igreja

A Vida questiona o EVANGELHO

Mt. 16,13-19.
Ao chegar à região de Cesareia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos:
«Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?»

Eles responderam:
«Uns dizem que é João Baptista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas.»

Perguntou-lhes de novo:
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»

Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu:
«Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»

Jesus disse-lhe em resposta:
«És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu.

Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
Dar-te ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.»

2008-06-24

EUCARISTIA = LOUCURA

A propósito do 49.º Congresso Eucarístico Internacional que leve lugar no Québec, recentemente.
Marguerite Barankitse, do Burundi, fundadora da Maison Shalom, foi uma das pessoas convidadas para falar.
Quando a Maison Shalom se tornou muito conhecida, os bispos inquietaram-se: qual seria a espiritualidade proposta por esta mulher um tanto louca ? «Disse-lhes : é uma espiritualidade… que engloba tudo ! Hoje, são os bispos que me convidam a estar aqui para perder a cabeça convosco. Teremos a audácia de perder a cabeça na Eucaristia ?», pergunta ela.

2008-06-23

Da rua para o altar: ou como deve ser a missa

Em encontro de bispos norte-americanos a aprovação de um novo texto da oração dos fiéis extravasou a tal ponto que se tornou um ponto quente. Um dos bispos era da opinião de que o texto deveria ser acessível: "Por que não pode a liturgia usar palavras que elevem a linguagem da rua ao altar?". Palavras como "inefável", "antiga servidão", frases longas e/ou com várias orações encaixadas, deveriam ser evitadas.(na verdade, tem havido uma tendência no Vaticano para aproximar as orações do original latino). Pior do que isso podem ser os equívocos de um regresso ao rito tridentino da Missa. A questão é que já Bento XVI promulgou em 2007 um documento (desculpem mas só está em latim, ou se preferirem, em húngaro...) que, em atenção às pessoas que estavam tão imbuídas, e tão afectivamente ligadas ao rito anterior à reforma litúrgica saída do Concílio que concedeu que pudessem usar a edição típica (digamos que é como qu eu uma edição matriz) publicado pelo papa João XXIII em 1962 (antes do Concílio e que, segundo o texto citado do actual papa, "nunca foi ab-rogada"). O papa frisava bem que o rito promulgado por Paulo VI era a expressão ordinária enquanto que o anterior era a expressão extraordinária da oração da Igreja (desculpem, mas aí vai outra vez o latim (não é difícil):Missale Romanum a Paulo VI promulgatum ordinaria expressio “Legis orandi” Ecclesiae catholicae ritus latini est. Missale autem Romanum a S. Pio V promulgatum et a B. Ioanne XXIII denuo editum habeatur uti extraordinaria expressio eiusdem “Legis orandi” Ecclesiae).
Mas tal como o discípulo de Heraclito que na ânsia de ser fiel ao seu mestre acabou por contradizê-lo, apareceu um cardeal Castrilón Hoyos a sugerir que deveria ser celebrada missa no rito tridentino em todas as paróquias de Inglaterra e Gales - o que enfim pode ser o princípio de uma divisão tal como a que se vê na Igreja anglicana entre high-church (muito parecida com a liturgia de S. Pedro em Roma, com os clérigos a vestirem impecavelmente a sua sobrepeliz, o incenso etc) e low-church (mais estilo evangélico, com cânticos mais populares e menos solenidade).
Bom restam duas advertências: o pior lugar para uma divisão seria a mesa Eucarística; em segundo lugar como dizia o editorial do The Tablet ; "Deus já não está lá longe nos céus ou nas estrelas. Tal como na Eucaristia, Deus encontra-se na oração, no amor aos outros, no serviço aos pobres, no estudo e na reflexão, nos fenómenos psicológicos e científicos, na discussão. Em consequência muitos querem que a celebração litúrgica seja não apenas condigna, mas também acessível - e, já agora, que seja bela."

2008-06-20

A Vida questiona o EVANGELHO

Mt. 10,26-33.
Não os temais, portanto, pois não há nada encoberto que não venha a ser conhecido.
O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços.
Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma.
Não se vendem dois pássaros por uma pequena moeda? E nem um deles cairá por terra sem o consentimento do vosso Pai!
Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados!
Não temais, pois valeis mais do que muitos pássaros.»
«Todo aquele que se declarar por mim, diante dos homens, também me declararei por ele diante do meu Pai que está no Céu.
Mas aquele que me negar diante dos homens, também o hei-de negar diante do meu Pai que está no Céu.

2008-06-16

A deriva da Itália católica (2):
não são "Velhos do Restelo", são "jovens turcos"!


Caro Bruno,

No teu contributo ao post anterior dizes estar cansado dos Velhos do Restelo na Igreja. Olha que não se trata de "velhos do Restelo" mas de "jovens turcos" isto é de adultos jovens que navegam bem na cultura da critica sistemática e numa atitude agressiva contra a modernidade tal como se está a viver na Europa. Evidentemente que este cultura tem valores com os quais não concordo nada, mas como faço parte dela, não me posso colocar fora do jogo, mas estou nele e procuro jogar de forma diferente.
Não são "velhos do Restelo" virados para o passado, mas antes "jovens turcos" apostados em criar um futuro em oposição ao que se vive neste tempo que é o nosso.
Além disso como sabem intervir e não têm medo de o fazer, apresentam-se como os "porta-vozes" dos católicos.
E também é de salientar que nesta tendência católica italiana as pessoas não praticam entre si a cultura do debate, mas estão treinados para a cultura do confronto.
Quem não se revê neles cala-se e assim, como diz o artigo, muitos católicos sentem-se isolados e sem voz audível no interior da própria Igreja. E não são só leigos mas também bispos e padres.
Mas muito modestamente dá-me grande alegria e esperança saber que jovens adultos como tu, alinham na "cultura da FAVA e do Regador" na qual consideramos importante converter a inteligência, pondo questões e debatendo assuntos com os que não concordam connosco, procurando vê-los à luz do Evangelho.
Alem disso a nossa fragilidade de "favinhas" sem braços institucionais fortes, dá-nos uma liberdade de filhos de Deus que considero uma das maiores graças que Jesus nos dá.
Alegro-me por ver o teu gosto de viveres como cristão neste tempo.
frei Eugénio

2008-06-13

A deriva da Itália católica

Um artigo recente (em Alternatives Internationales - n°39 - Juin 2008) chama a atenção para a dispersão ou divisão do catolicismo italiano em dois campos: um clerical e um anti-clerical. Esquecido o anti-clericalismo do séc. XIX e primeira metade do séc. XX, desmoronada a Democracia cristã nos anos 90, aparecem agora na política e na sociedade italianas os Católicos anti-liberais. Do seu programa constam uma concepção tradicional da fé, uma intransigente crítica da modernidade e uma postura mais desafiadora em relação ao Islão. Coincide com a ascensão da Forza Italia (no Norte onde o catolicismo é mais forte, é onde a Forza Italia mais se destaca), mesmo com o apoio de personalidades ateias como o filósofo e membro do Forza Italia, Marcello Pera. No geral, porém, a situação é o resultado do activismo de uma minoria católica e de uma força política que vê no cristianismo "o cimento cultural do Ocidente" e um "baluarte eficaz contra uma modernidade inquietante (imigração, multiculturalismo, globalização...)".
Grande parte da sua força reside na capacidade de mobilização de alguns dos seu movimentos e no apoio ao mais alto nível da Igreja (Cardeal Ruini, o Papa Bento XVI), mas também beneficia da ausência de voz dos católicos que com essa tendência não de identificam. A estes resta o isolamento de uma diáspora.

2008-06-12

A Vida questiona o EVANGELHO

Domingo, 15 de Junho de 2008
Mt. 9,36-38.10,1-8.
Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos:
«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»
Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças. São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu.
Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: «Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça.»

2008-06-08

Misericórdia: uma palavra polissémica

Misericórdia» é uma palavra antiga. Durante a sua longa história, tomou um sentido muito rico. Em grego, língua do Novo Testamento, misericórdia diz-se éléos. Esta palavra é-nos familiar através da oração Kyrie eleison, que é um apelo à misericórdia de Deus. Éléos é a tradução habitual, na versão grega do Novo Testamento, da palavra hebraica hésèd. É uma das mais belas palavras bíblicas. Muitas vezes, traduzimo-la simplesmente por amor.

Hésèd, misericórdia ou amor, faz parte do vocabulário da aliança. Da parte de Deus, designa um amor inabalável, capaz de manter uma comunhão para sempre, seja o que for que vier a acontecer: «O meu amor por ti nunca mais será abalado» (Isaías 54,10). Mas, como a aliança de Deus com o seu povo é uma história de rupturas e de recomeços desde o início (Êxodo 32–34), é evidente que um tal amor incondicional implica perdão, e não pode ser senão misericórdia."

Para ler todo.

2008-06-07

A vida questiona o EVANGELHO

Mt. 9,9-13.

Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou se e seguiu-o.
Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.
Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?»
Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»

2008-06-06

Um apelo à Nossa Selecção

Um adepto português (Miguel Braga) pediu aos jogadores da selecção de futebol das «quinas» para doarem os prémios de presença e de objectivos do Euro 2008 à luta contra a fome no Mundo.
É um apelo aos nossos jogadores, mas também a todos nós, lembrando que
«Quando um (jogador) cair ao chão durante este Europeu - se precisar de dois minutos para ser assistido -, nesse tempo, morrerão 324 crianças à fome no mundo».