2011-07-30

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 31 de Julho

Mt. ‪14,13-21.‬
Naquele tempo, quando Jesus ouviu que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o povo, quando soube, seguiu-O a pé, desde as cidades.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de misericórdia para com ela, curou os seus enfermos.
Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Este sítio é deserto e a hora já vai avançada. Manda embora a multidão, para que possa ir às aldeias comprar alimento.»
Mas Jesus disse-lhes: «Não é preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.» Responderam: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.»
«Trazei-mos cá» disse Ele.
E, depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os pães e deu os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão. Todos comeram e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

2011-07-25

Venham mergulhar connosco !

Está a decorrer em Singeverga o Campo da FAVA.

O tema é: H2O: Mergulha e abre os olhos

Aqui ficam algumas imagens. 


Reflexão sobre as leituras deste Domingo (17.º Domingo do Tempo Comum - Ano A)

Nestes tempos difíceis que vivemos no nosso país e no mundo que nos rodeia – veja-se a catástrofe que se vive com a seca na região do corno de África, com a fome que assola a Somália e nos milhares de pessoas, sobretudo os mais jovens e os mais velhos, que morrem todas as semanas - tenho procurado respostas nas leituras que vou fazendo, em particular das que todos os dias me enviam do Evangelho Quotidiano (EAQ).

Ontem, como me é habitual, fiz a primeira leitura da missa vespertina na igreja que costumo frequentar e uma frase da mesma me ressaltou de imediato e me levou a reflectir nessas palavras do Livro 1.º Reis 3,5.7-12 "Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal".

Estas palavras passaram a vir-me à memória todo o dia de hoje, dia em que tive a oportunidade de reflectir nas mesmas face a outras leituras que fui fazendo, particularmente sobre as notícias do dia e, também, da crónica do Frei Bento Domingues no jornal Público.

Referi já a catástrofe que se vive em África, catástrofe provavelmente idêntica a muitas outras que se vivem pelo mundo fora, mas que se vivem também no nosso quotidiano face às muitas dificuldades por que o país está a passar. Mas outras notícias mais mundanas fizeram parte da minha reflexão como, por exemplo, a morte da cantora Amy Winehouse, morte provocada pela procura de prazeres e sensações imediatos, como acontece em tantas situações da nossa vida.

Provavelmente quem estiver a ler estas linhas perguntará: o que é que isto tem a ver com as palavras da primeira leitura?


Bom, das minhas reflexões fez parte, também, a leitura da crónica do Frei Bento Domingues, a qual refere um texto anónimo conhecido como Carta de Diogneto (este texto que descreve o modo de vida dos cristãos do Séc. II pode ser consultado em http://www.snpcultura.org/pedras_angulares_a_diogneto.html) a qual diz a certo passo que "Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes".

Então porque se distinguem os cristãos para serem perseguidos e mortos, como se diz na Carta de Diogneto? Certamente pelo que se lê mais adiante "(...) Amam todos e por todos são perseguidos. (...) São pobres mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas de tudo abundam".

Ora, para que se possa viver de forma cristã é necessário pedirmos ao Senhor, como fez Salomão, "dai-nos um coração inteligente...", um coração para podermos amar os outros, mesmo os que não conhecemos, e uma inteligência para perceber que não são as riquezas do mundo que nos "enriquecem" pois partilhando mesmo o pouco que possamos ter ficaremos ainda mais ricos, com mais "abundância" como dizia esse anónimo do Sec. II.

Das muitas notícias que todos os dias nos são trazidas, das muitas conversas que vamos partilhando com este ou aquele, da nossa própria vivência, uma coisa ressalta: estamos muito mais atentos e apegados ao supérfluo, ao mundano, aos bens materiais, em suma à nossa própria pessoa a ponto de nos esquecermos frequentemente das palavras de Jesus quando nos diz "ama a Deus sobre todas as coisas e aos outros como a ti mesmo!".

Assim, a receita que deveríamos adoptar nestes tempos conturbados, em particular todos os que temos uma responsabilidade acrescida por nos dizermos gente de Cristo, não era procurarmos recompensas mundanas ou riquezas que só servem para nos ofuscar e impedir de ver a verdade - porque tanta gente, eu incluído, passa a vida a sonhar em ganhar o Totoloto ou o Euromilhões para ter na terra recompensas efémeras esquecendo as palavras do Senhor que nos diz que quem recebe as recompensas na terra não as pode esperar receber também nos Céus (Mt. 6,2) - mas pensarmos qual a forma de podermos ajudar o nosso próximo, seja na crise que vivemos no nosso país, seja nas muitas crises de que tomamos conhecimento e que acontecem por esse mundo fora. Para encontrarmos a resposta bom seria fazermos como Salomão e pedirmos apenas um coração inteligente.

Ainda a este propósito ouso, com toda a humildade de quem precisa de todas as ajudas para crescer como cristão, aconselhar uma nova leitura do Livro dos Provérbios, capítulos 10 a 22, pois aí talvez encontremos algumas mensagens que possam ajudar a nossa vontade de mudar o nosso coração.

Hugo Meireles

2011-07-23

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 24 de Julho

Mt. ‪13,44-52.‬
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.»
«O Reino do Céu é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras, e os ruins, deitam-nos fora. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos, para os lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.»
«Compreendestes tudo isto?» «Sim» responderam eles. Jesus disse-lhes, então: «Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família, que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.»

2011-07-16

REQUIEN POR UM HOMEM BOM

Fui hoje ter com o Diogo pela última vez. Não posso dizer que o conhecia. Durante a sua juventude tive alguns contactos com ele, nos tempos em que colaborava com o Frei Eugénio em Cristo Rei e em que ele era um dos jovens que frequentavam as reuniões de preparação para a vida cristã, os convívios. Mas, porque era um pouco mais velho do que os meus filhos, nunca houve oportunidade de o conhecer para dele poder ter uma opinião formada. Era para mim um jovem simpático, cheio de vida e de ideias que mais tarde se viriam a manifestar.

Comecei a acompanhar a sua vida pelas notícias que ele ia provocando com as suas actividades públicas as quais foram revelando a sua forte e bem formada personalidade na qual se destacava o dom de se entregar a causas nobres e altruístas.

Encontrei-o anos mais tarde e com ele mantive alguns contactos enquanto responsável pela UMIC. Era então já um jovem adulto, embora com o mesmo olhar sonhador de quem não desistiu das suas causas. Seguro de si e revelando uma segurança profissional, invejável para alguém tão jovem, causou-me a melhor das impressões.

Toda a sua vida que acompanhei a partir desse momento, com contactos esporádicos mas que por ser pública era facilmente percebida, não alterou, antes pelo contrário, a impressão que me tinha deixado. E uma característica é para mim de realçar: nunca o vi assumir nenhuma atitude de vaidade ou de projecção pessoal, nunca o vi aparecer nas páginas do “jet set” nacional como muitos outros jovens da sua idade que procuravam cavalgar uma onda de sucesso, por vezes efémero e despido de conteúdo. Tal facto permitiu-me ver como sua formação cristã na juventude deu os seus frutos.

Era um Homem Bom. Infelizmente para nós partiu e não pode continuar a enorme obra que já construíra para bem de muitos. Deixou no entanto um legado de todos o maior: o seu exemplo, a sua firme determinação na defesa do bem público e na defesa dos mais fracos, atitude que pode e deveria ser seguida num país por vezes perdido e sem rumo.

Cumpriu-se no Diogo aquilo que Jesus veio ensinar: dar sem esperar recompensa neste mundo e amar os outros. Servir e não ser servido.

Sei que a sua família e os amigos o choram por o ver afastado do seu convívio. Mas este é para nós cristãos também um momento de grande alegria pois temos mais um amigo na Terra Prometida para onde todos esperamos um dia partir para nos podermos extasiar perante a grandeza do Deus em que acreditamos, que nos criou e de nós espera o que o Diogo foi capaz de cumprir.

Escrevi um dia, numa das minhas reflexões sobre o Evangelho, reflexões que tenho por hábito muitas vezes redigir, o seguinte:

Jesus diz-nos no Evangelho de São Lucas "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas." (Lc. 11, 29-32). Mas, no entanto, o Senhor todos os dias nos envia esses sinais e, como dizia no Evangelho de hoje, àqueles que o ouviam "Ide contar a João o que vedes e ouvis", também hoje nos diz ouvi aqueles que falam por mim, os que falam pelas palavras que o Espírito Santo lhes infunde ou que falam pelas obras que fazem em meu nome. Só que nós andamos mais atentos aos falsos profetas para os quais o Senhor nos alertou e deixamos passar em claro as palavras e as obras daqueles que são os verdadeiros profetas, palavras e obras que são os verdadeiros sinais, aqueles sinais que nos permitem ver a grandeza do Senhor mas que constantemente ignoramos.

Ora a vida do Diogo é sem dúvida um desses sinais que o Senhor nos envia para nos ensinar os seus caminhos para a tal Terra Prometida onde diremos verdadeiramente "O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma". Oxalá todos fossemos capazes de ver e ouvir, em Verdade e em Amor, tudo o que o Senhor nos disse através dos muitos exemplos desta vida que desaparece para nós.

O Diogo partiu. Partiu mais um Homem Bom a quem desejamos que viaje em paz, na Paz do Senhor, que acompanharemos com as nossas orações e com o qual esperamos, esperançosamente, reunirmo-nos no dia em que o nosso Deus decidir chamar-nos.

Hugo Meireles

2011-07-14

Diálogo com o Evangelho - 23



Diálogo com o Evangelho de Domingo 17 de Julho, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 17 de Julho

Grão de Mostarda, Nazaré, Setembro 2010
Mat. ‪13,24-43.‬
Naquele tempo, Jesus propôs à multidão mais esta parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo. Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se. Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?’
'Foi algum inimigo meu que fez isto’ respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?’
Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo. Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.’»
Jesus propôs-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.»
Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo fique fermentado.»
Tudo isto disse Jesus, em parábolas, à multidão, e nada lhes dizia sem ser em parábolas. Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo.
Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo.» Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem;
o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade,
e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!»

2011-07-11

Diogo Vasconcelos: a rede e a necessidade de conhecer e interagir com o Outro


Esta entrevista com Diogo Vasconcelos publicada no ionline, contém algumas das suas ideias sobre a importância de estar em rede e de conhecer e interagir com o outro; ou, como afirma noutra entrevista, ao Expresso, estamos perante um ponto de viragem em que temos de "Assumir que o mundo não deve estar organizado numa lógica de comando e controlo, mas de uma forma participativa."

Diogo Vasconcelos: vida breve para uma obra longa


Das várias evocações de Diogo Vasconcelos (Porto, 16 de Maio de 1968 - Londres, 8 de Julho de 2011), deixamos aqui um perfil da autoria de Marcos Borga.


"É o primeiro português a ocupar um cargo de director internacional na Cisco, um dos gigantes mundiais da tecnologia. Aos 38 anos, sabe que deixa para trás obra feita no sector público.

Já foi deputado, presidente de uma unidade de missão do Governo e tem um lugar na Casa Civil do Presidente da República à sua espera. Aos 38 anos, vai trocar o Porto por Londres, e iniciar uma carreira internacional como director de consultoria para o Sector Público da multinacional Cisco Systems. Os responsáveis a quem vai reportar não estão à espera que faça negócios. Reservaram-lhe um papel mais abrangente, de evangelizador. A sua missão consiste em viajar pelo mundo a pregar as virtudes da sociedade da informação e do conhecimento - área que conhece bem, ou não tivesse deixado a sua marca em 5 planos de acção postos em marcha pela Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC), em apenas dois anos e meio de desempenho.

Antes de surgir o convite, Diogo Vasconcelos passou dois anos sob escrutínio, desde que se destacou numa conferência mundial sobre este tema, em 2005. "Fiquei sob observação, de forma mais implícita do que explícita", reconheceu. O desafio é muito claro: apoiar, quer a nível europeu, junto da Comissão Europeia e dos 27 países-membros, quer a nível mundial, junto de governos e de instituições financeiras multilaterais (FMI, Banco Mundial, BEI, BERD...), a estratégia da Cisco para a promoção da sociedade da informação. É uma área que não é paga. Até é oferecida, mas é estratégica para a multinacional de sistemas de informação. Permite-lhe intensificar o conhecimento sobre as realidades locais e desenvolver novos mercados. "Estou proibido de vender - se for caso disso, haverá concursos internacionais aos quais podem candidatar-se outras empresas, além da Cisco", explicou.

(...)
Diogo foi o segundo de três irmãos. A mãe era bióloga e professora no secundário: o pai, engenheiro electrotécnico, teve na Efacec o primeiro e o último emprego. Ficou lá até se reformar. O jardim de infância e as escolas foram escolhidas a partir do Ameal, onde a família residia. O secundário leva-o para perto da mãe, professora na Escola António Nobre, em Paranhos, junto ao antigo estádio do Salgueiros. Bom aluno em quase todas as áreas, opta pela área D, de Humanísticas, que fará dele um homem de Letras. É para lá dos portões do António Nobre que Diogo ensaia a sua primeira experiência associativa. Mas desde miúdo que era dado a outras experiências, também elas participativas. Ainda na preparatória de Paranhos, faz um jornal com o amigo Carlos Sarmento. Chamava-se Passo a Passo e tirava 12 exemplares. "Mas era um projecto muito ambicioso. E com pretensões: tinha análise, opinião. E tinha um suplemento sobre a guerra das Malvinas", relata. O gosto pelo jornalismo ficou lá.

Na Secundária António Nobre, candidata-se com outros colegas à associação de estudantes e ganha. Teve que se desfazer, com pena, do segundo projecto jornalístico onde se empenhou, o Vida de Estudante, um jornal nacional, para estudantes. Um dia, pegou nuns desenhos do Quino, retratando um ditador sul-americano, baixinho, de bigode e óculos escuros, e usou-o num editorial chamado "O Rei vai nu". A escola não cumpria a lei sobre a participação de alunos no conselho pedagógico e o cartoon vinha mesmo a calhar. O presidente do conselho directivo não gostou. A mãe, docente em biologia, foi chamada. Mas Diogo pôde contar com a compreensão dela. "O meu pai e a minha mãe sempre tiveram preocupações de carácter cívico. Antes do 25 de Abril, pertenciam à JUC e foram fundadores do núcleo do Porto da SEDES. A PIDE chegou a tirar informação sobre o meu pai, na empresa, mas o superior hierárquico era mais à esquerda do que ele, portanto... foi irónico!". Sempre se discutiu política na casa do Ameal. A mãe viria ainda a ser uma destacada membro do Sindicato dos Professores da zona Norte. Fez também parte da primeira comissão política no Porto do PPD, a seguir à fundação.

Não tardou que o filho lhe seguisse as pisadas. Ainda no António Nobre, fez-se militante da JSD. A vida associativa prossegue na Católica do Porto, onde se licenciou em Direito. (...)
Diogo Vasconcelos viria a ser reeleito por duas vezes presidente da FAP. No último mandato, chama Armando Baptista para a vice-presidência. Admite que a política sempre o acompanhou, mas garante que em nada influenciou o seu desempenho enquanto líder dos estudantes do Porto. "'Boy' é a pessoa que sai de uma associação académica e vai para a política. Não foi o meu caso", esclarece. As convicções fizeram com que declinasse um convite de Pedro Passos Coelho para lhe suceder na direcção da JSD. "Fui eleito [para a FAP] numa lista impulsionada pela esquerda académica do Porto! Aliás, o que eu defendia foi adoptado pelo ex-ministro Marçal Grilo", esclareceu. (...)

O mais novo director da Cisco (entra hoje, dia 1, em funções) diz que gosta de usar a metáfora da ampulheta: "De vez em quando, é preciso virar tudo ao contrário". "Entendi que entrar num gabinete ministerial, assim que se acaba um curso, pode ser uma experiência muito interessante, bem paga, mas lá está...". Não lhe agradou a ideia. A opção foi feita a favor da actividade editorial. Depois de um breve estágio na redacção do Porto do diário Público, entrou no grupo Fórum, dirigido por Rui Marques, que conheceu em 1993 durante a viagem do Lusitânia Expresso - missão de paz por Timor-Leste que juntou líderes estudantis e outras personalidades a bordo de um navio. Rui Marques, actual comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, elogia-lhe a inteligência, a visão e a capacidade empreendedora, de lançar ideias e de executá-las com eficácia. "Está sempre na linha da frente", disse à VISÃO. Por isso, convidou-o a tornar-se sócio do grupo Fórum, que esteve na génese das revistas Fórum Estudante, Fórum Ambiente, Cais, Cybernet e, mais tarde, Ideias & Negócios - um projecto do próprio Diogo Vasconcelos. É na edição de revistas que Vasconcelos trabalha, depois de feito o estágio de advocacia, até que em 2002 não resiste ao apelo da política e é eleito, nas listas de Durão Barroso, deputado à Assembleia da República. Vai para o Parlamento mas já com o objectivo de vir a desenvolver um projecto na área da sociedade da informação. "Estive lá durante o tempo necessário para montar a UMIC", esclarece.

A orgânica da UMIC viria a ser desenhada de acordo com a sua inspiração: um modelo interministerial, autónomo, semelhante ao que se fazia na Austrália, na Nova Zelândia e no Reino Unido. Confessa: "Podia-se ter posto a questão de ter um cargo no Governo, se quisesse. Não quis. Acho que o modelo inicial da UMIC estava correcto. Falava com os ministros que queria, tinha o orçamento que pedira". Os resultados falam por si: "Num período muito curto, fiz muita coisa". Gosta de pensar que ajudou a mudar o país.


Sempre atento às novidades da tecnologia, acha idiota que lhe perguntem o número de horas que passa diariamente na Internet. "Só quando estou a almoçar, a jantar ou a dormir é que não estou ligado, através do telemóvel, do PDA, do computador [inclusive do i-Pod, do qual nunca se esquece]. Acho essa pergunta pré-sociedade da informação", dispara. Quando chegou a Belém, depois de ter participado na campanha presidencial de Cavaco Silva, fez com que todas as pessoas tivessem acesso a um PDA, para consultar o e-mail em qualquer sítio e a qualquer hora. Desde há um ano que é responsável pelo "site" da presidência, que tem batido sucessivos recordes de visitas. Foi também a partir da Casa Civil que lhe foi feita a despedida, poucos dias antes da partida para Londres: um jantar de confraternização e a reunião, em livro, de mais de 150 depoimentos de pessoas que com ele trabalharam e contactaram. Uma edição que Diogo Vasconcelos vai levar na bagagem.
(Texto de Marcos Borga, pode ser lido na íntegra aqui)

2011-07-09

Diálogo com o Evangelho - 22


Diálogo com o Evangelho de Domingo 10 de Julho, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 10 de Julho

Mat. ‪13,1-23.‬ 

Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se à beira-mar. 
Reuniu-se a Ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco, onde se sentou, enquanto toda a multidão se conservava na praia. 
Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O semeador saiu para semear. 
Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho: e vieram as aves e comeram-nas. 
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra: e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; 
mas, logo que o sol se ergueu, foram queimadas e, como não tinham raízes, secaram. 
Outras caíram entre espinhos: e os espinhos cresceram e sufocaram-nas. 
Outras caíram em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta. 
Aquele que tiver ouvidos, oiça!» 
Aproximando-se de Jesus, os discípulos disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?» 
Respondendo, disse-lhes: «A vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não lhes é dado. 
Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. 
É por isso que lhes falo em parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender. 
Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e, vendo, vereis, mas não percebereis. 
Porque o coração deste povo tornou se-duro, e duros também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu os curar. 
Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. 
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.» 
«Escutai, pois, a parábola do semeador. 
Quando um homem ouve a palavra do Reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira do caminho. 
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe, de momento, com alegria; 
mas não tem raiz em si mesmo, é inconstante: se vier a tribulação ou a perseguição, por causa da palavra, sucumbe logo. 
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra que, por isso, não produz fruto. 
E aquele que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende: esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta.»

2011-07-02

Patriarcado Latino de Jerusalém

Uma boa apresentação do Patriarcado Latino de Jerusalém




Link para o projecto da Madaba University (American University of Madaba)

2011-07-01

Diálogo com o Evangelho - 21

Diálogo com o Evangelho de Domingo 3 de Julho, pelo Frei Eugénio, no programa de rádio "Raízes de Cá".

A vida questiona o Evangelho de Domingo, 3 de Julho

Mt. ‪11,25-30.‬
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»