2008-10-25

Amarás o Senhor Teu Deus com todo o coração


A VIDA questiona o EVANGELHO de Domingo, 26 Out

Mt. 22,34-40.
Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar:
«Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?»
Jesus disse-lhe:
«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento.
O segundo é semelhante:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»

2008-10-24

Hu Jia - Prémio Sakharov



O Parlamento Europeu (PE) atribuiu ao opositor ao regime chinês Hu Jia o Prémio Sakharov em "nome de todos aqueles que não têm voz na China e no Tibete", afirmou o presidente do PE, Hans-Gert Pöttering, no momento do anúncio feito em Estrasburgo.

Podemos ver aqui a sua biografia.

No entender do PE, Hu Jia «is a "prominent human rights activist and dissident in the People's Republic of China. He has embraced a wide range of causes, including environmental issues, HIV/AIDS advocacy and a call for an official enquiry into the 1989 Tiananmen Square massacre."»

Por seu lado «Beijing expressed anger at the choice and the accompanying statements, with a foreign ministry official describing Hu Jia as a "criminal," according to several media reports.»

2008-10-21

Irmã Emmanuelle: a alegria nas entranhas



Faleceu ontem a Irmã Emmanuelle. Nasceu na Bélgica em 1908 e tornou-se religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Sião. Depois de ter estado na Turquia, Tunísia, chega em 1965 ao Egipto onde descobre a sua vocação ao contactar com pobres, Decide em 1971 (digam lá se não é maravilha uma pessoa modificar o curso da sua vida aos 63 anos?) instalar-se nos bairros de lata do Cairo.
Uma das últimas entrevistas que deu a uma rádio belga em que lhe perguntavam pela sua opinião sobre a actualidade respondia que os media só mostravam o que era mau (assassínios, guerras, desastres...). Dizia (cito livremente): "Para mim a actualidade tem duas faces: actualidade das pessoas que eu vejo, com quem convivo, pessoas que sabem partilhar que, encontram a sua alegria na alegria dos outros...". Falava das pessoas que não conseguiam sair do seu círculo quando a felicidade está "no coração, nas tripas". Coisas muito simples...

O Pai-Nosso explicado por um grande conhecedor (Sto Agostinho)








Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo (Séc.V)

A oração do Senhor

Temos necessidade de palavras para incitar-nos e ponderarmos o que pediremos, e não com a intenção de dá-lo a saber ao Senhor ou a comovê-lo.

Quando, pois, dizemos:

Santificado seja o teu nome, exortamo-nos a desejar que seu nome, imutavelmente santo, seja também considerado santo pelos homens, isto é, não desprezado.

O que é de proveito para os homens, não para Deus.

E ao dizermos: Venha teu reino que, queiramos ou não, virá sem falta, acendemos o desejo deste reino; que venha para nós e nele mereçamos reinar.

Ao dizermos: Faça-se a tua vontade assim na terra como no céu, pedimos-lhe conceder-nos esta obediência de sorte que se faça em nós sua vontade do mesmo modo como é feita no céu por seus anjos.

Dizemos: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Pela palavra hoje se entende este nosso tempo. Ou, com a menção da parte principal,indicando o todo pela palavra pão, pedimos aquilo que nos basta. O sacramento dos fiéis, necessário agora, não, porém, para a felicidade deste tempo, mas para alcançarmos a felicidade eterna.

Dizendo: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos a nossos devedores, tomamos consciência do que pedimos e do que temos de fazer para merecer obtê-lo.

Ao dizer: Não nos leves à tentação, advertimo-nos a pedir que não aconteça que, privados de seu auxílio em alguma tentação, iludidos, consintamos nela, ou cedamos perturbados.

Dizer: Livra-nos do mal nos leva a pensar que ainda não estamos naquele Bem em que não padeceremos de mal algum. E este último pedido da oração dominical é tão amplo, que o cristão em qualquer tribulação em que se veja, por ele pode gemer, nele derramar lágrimas, daí começar, nele demorar-se, nele terminar a oração. É preciso guardar em nossa memória, por meio destas palavras, as realidades mesmas.

Pois quaisquer outras palavras que dissermos – tanto as formadas pelo afecto que as precede e esclarece, quanto as que o seguem e crescem pela atenção dele – não dirão nada que não se encontre nesta oração dominical, se orarmos como convém. Quem disser algo que não possa ser contido nesta prece evangélica, sua oração, embora não ilícita, é carnal; contudo não sei como não ser ilícita, uma vez que somente de modo espiritual devem orar os renascidos do Espírito.

2008-10-19

Dai a Deus o que é de Deus... e o que é de César também é Dele

A propósito de um contributo

A pergunta feita a Jesus, tendo em conta o contexto da época na Palestina, não pode de modo nenhum ser posta em paralelo com a questão moral sobre o pagamento dos impostos nos nossos dias.

Porquê ?

1- A pergunta é uma armadilha dirigida a alguém que se está a apresentar como Messias, Jesus (entrada solene em Jerusalém, expulsão dos vendedores do Templo, etc). Este imposto pessoal ao imperador correspondia a uma submissão, uma obediência ao imperador pagão, atitude intolerável para os judeus piedosos para quem só Deus ou um seu representante pode ser o rei do povo eleito.

Por outro lado os judeus acreditavam que o Messias quando viesse iria expulsar o invasor e restabeleceria a independência de Israel.

Vemos assim a armadilha: se diz «sim», considera-se submisso ao imperador e por isso renuncia a apresentar-se como Messias. Se diz «não» deve ser denunciado como agitador.

É, pois, uma armadilha relacionada com a pretensão de Jesus de ser o Messias.


2-A resposta de Jesus não põe ao mesmo nível «dar a César o que é de César» e «dar a Deus o que é de Deus», como se aquilo que pertence a César não pertencesse antes e também a Deus! Como se as realidades terrestres ficassem fora do poder de Deus!

O que Jesus quer fazer descobrir é que a moeda pertence a César (tem a sua efígie e uma inscrição que o diviniza e a moeda não podia entrar no Templo) .

O que pertence a Deus é o homem todo, que foi feito à imagem de Deus (Gn 1,26) e que deve reconhecer que pertence a Deus.

A sua obediência primordial é a Deus. Assim Jesus vem reinar em nome de Deus.

O seu Reino não interfere com o de César. O seu modo de reinar não «é concorrente» com o de César. Além disso Jesus quer dizer que César não é deus.

Esta passagem tem servido ao longo dos tempos para justificar ideologias e teorias que não respeitam o seu significado bíblico.


3- Quanto à questão dos impostos, vale a pena ler o n° 355 do “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”(ver no site do Vaticano)

Saliento: A coleta fiscal e a despesa pública assumem uma importância económica crucial para qualquer comunidade civil e política: o objectivo para o qual tende é uma finança pública capaz de se propor como instrumento de desenvolvimento e de solidariedade.

As finanças públicas orientam-se para o bem comum quando se atêm a alguns princípios fundamentais: o pagamento dos impostos como especificação do dever de solidariedade;

Ao redistribuir as riquezas, as finanças públicas devem seguir os princípios da solidariedade, da igualdade, da valorização dos talentos, e prestar grande atenção a amparar as famílias, destinando a tal fim uma adequada quantidade de recursos.

Frei Eugénio

2008-10-18

Denário

Denário, prata, c. 46 A.C.

A VIDA QUESTIONA o EVANGELHO de Domingo, 19 de Outubro

Mt.22,15-21.
Então, os fariseus reuniram-se para combinar como o haviam de surpreender nas suas próprias palavras. Enviaram-lhe os seus discípulos, acompanhados dos partidários de Herodes, a dizer-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. Diz-nos, portanto, o teu parecer:
É lícito ou não pagar o imposto a César?»
Mas Jesus, conhecendo-lhes a malícia, retorquiu:
«Porque me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do imposto.» Eles apresentaram-lhe um denário.
Perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?»
«De César» responderam.
Disse-lhes então:
«Dai, pois, a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus.»

2008-10-13

Sínodo dos Bispos

Está a decorrer em Roma a XII ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS.

O tema é a "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja."

A homilia da abertura do Sínodo - que pode ser lida aqui - foi um dos textos de reflexão de um grupo que ontem se reuniu.

Destacam-se aqui algumas frases mais impressivas do texto papal:

- "Nações outrora ricas de fé e de vocações agora estão a perder a identidade que lhes é própria, sob a influência deletéria e destruidora de uma certa cultura moderna. Há quem, tendo decidido que "Deus morreu", se declara a si mesmo como "deus", considerando-se o único artífice do próprio destino, o proprietário absoluto do mundo."

- "Descartando Deus e deixando de esperar a salvação dele, o homem julga que pode fazer o que lhe agrada e que pode pôr-se como única medida de si mesmo e do seu próprio agir."

- "Quando os homens se proclamam donos absolutos de si mesmos e únicos senhores da criação, podem verdadeiramente construir uma sociedade onde reinem a liberdade, a justiça e a paz? Não acontece, pelo contrário como a crónica diária demonstra amplamente que se ampliam o arbítrio do poder, os interesses egoístas, a injustiça e a exploração, a violência em todas as suas expressões? No final, a conclusão é que o homem fica mais só e a sociedade mais dividida e confusa."

- "No entanto, nas palavras de Jesus há uma promessa: a vinha não será destruída. Enquanto abandona ao seu destino os vinhateiros infiéis, o dono não se desapega da sua vinha e confia-a a outros seus servos fiéis."

2008-10-09

A VIDA questiona o Evangelho de Domingo, 12 de Outubro

Mt. 22,1-14.
Tendo Jesus recomeçado a falar em parábolas, disse-lhes:
«O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho.
Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer.
De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’
Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio.
Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos.

O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade.
Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’
Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial.
E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu.
O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’

Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»

2008-10-03

A vida questiona o Evangelho - 5 de Outubro ( 27º Domingo)


(Mt 21, 33-43)

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: "Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou‑a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou‑a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos. Os vinhateiros, porém, lançando mão aos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram‑no. Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram‑nos do mesmo modo. Por fim, mandou‑lhes o seu próprio filho, dizendo: 'Respeitarão o meu filho'. Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro; matamo‑lo e ficaremos com a sua herança'. E agarrando‑o, lançaram‑no fora da vinha e mataram‑no. Quando vier o dono da vinha que fará àqueles vinhateiros?". Eles responderam: "Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a tempo". Disse‑lhes Jesus:
"Nunca lestes na Escritura: 'A pedra que os construtores rejeitaram tornou‑se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos'? Por isso vos digo: Ser‑vos‑á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos".

2008-10-02

COMECE: novo secretário

O padre Piotr Mazurkiewicz é o novo Secretário Geral da COMECE. É um especialista em Estudos Europeus, filosofia política, Doutrina social da Igreja, ética e política social. Em 1996 defendeu a sua tese de doutoramento com o título "A Igreja em uma sociedade aberta: discussão acerca da presença da Igreja na sociedade Polaca durante o período de transição". Em 2002 apresentou um pós-doutoramento com o título "A Europeização da Europa. A identidade cultural da Europa no contexto dos processos de integração" (desculpem a transcrição dos títulos de teses, mas julgamos terem interesse e poderem ser úteis para dar uma ideia do que se discute em termos questões europeias actualmente).

NOTA: A COMECE é a Comissãos dos Episcopados da Comunidade Europeia e tem por objectivos principais:

- acompanhar e analisar o processo da União Europeia;
- comunicar à Igreja e despertar a sua consciência para o desenvolvimento da União Europeia e sua legislação;
- promover a reflexão , baseada no ensinamento social da Igreja, dos desafios de uma Europa unida.

Padre português é novo secretário do CCEE


O Pe. Duarte da Cunha, do Patriarcado de Lisboa, foi eleito como novo secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), para um mandato de cinco anos.
Hoje reúne, as presidências dos episcopados católicos de Portugal aos Urais (incluindo Rússia e Ucrânia), do Báltico à Turquia. Os seus objectivos são:
- prática de maior comunhão entre os bispos e conferências episcopais da Europa
- apoio ao ecumenismo e cooperação ecuménica na Europa (recentemente foi criada uma comissão "Islão na Europa";
- testemunho eclesial na sociedade europeia.
Entre as suas áreas de trabalho contam-se: evangelização e catequese; pastoral das vocações; migração e pastoral social e do trabalho; ambiente.
Trabalho com a comissão episcopal europeia para os meios de comunicação social .