2010-07-20

Semelhanças entre a Igreja e a dança


Nunca pensou nisso? As semelhanças entre a Igreja e uma dança? Pois é, mas estão lá. É que toda esta questão em torno da igualdade homens e mulheres como argumento para acesso ao ministério sacerdotal por parte das mulheres oblitera alguns elementos fundamentais na fé cristã, nomeadamente o sentido da linguagem corporal. Qual o sentido da linguagem do Novo Testamento ao chamar a Jesus Esposo e à Igreja a noiva? Porque não trocar? Ou por que há-de Jesus ser Filho e não Filha? Ora tudo isto põe em questão princípios de muita ideologia contemporânea que separa separa a essencia de determinadas coisas (e.g. a paternidade e a maternidade) da sua expressão corporal. Como diz com muito humor C. S. Lewis, em texto sobre a ordenação de mulheres, um homem pode ser mau marido mas a solução não passa por trocar de papel; ou pode ser mau parceiro para dança mas a solução melhor será mandá-lo frequentar um curso de danças de salão.

P.S. Na imagem o par Javier Rodriguez e Geraldine Rojas dançam o tango no filme de Stéphane Brizé, Je ne suis pas là pour être aimé.

6 comentários:

  1. Armando...
    1-acho que terás de te debruçar mais sobre as "questões de género" contemporâneas como tu lhe chamas.
    2- "um homem pode ser mau marido mas a solução não passa por trocar de papel"...aqui concordo contigo, mas pode em caso de incapacidade de melhoramento e com toda a legitimidade passar por trocar de marido ou mostrar-lhe apenas a porta de saída.
    2.1- A Igreja (que se calhar ainda vimos a descobrir que é um substantivo masculino, afinal são homens que ainda acham que a governam e se acham detentores da Verdade) tem de perceber que o seu poderio medieval masculino acabou, está moribundo e não será um Lázaro. A mulher tem direito à partilha do espaço de poder. Consecutivamente os órgãos de poder da Igreja têm se esquecido da “Boa Nova” o “Amai-vos uns aos outros como Eu vos Amei” sem referência a distinção de género...
    3- há quanto tempo não danças? ;-)
    Bruno

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  2. Bruno,
    Não danço desde o último casamento que já vai há um mês (mas suei bem dessa vez):-)
    Quanto ao marido estamos de acordo. Mas quanto à questão do poder... é muito complicado. Questão fácil em alguns pontos e espinhosa noutros: como seria bom que houvesse mulheres (e não apenas as servem à mesa de Sua Santidade) na cúpula da Igreja, e nomeadamente mulheres casadas ou divorciadas ou separadas...! Esta questão da pedofilia tinha logo uma outra maneira de ser encarada.
    Mas quanto ao poder no ministério, tenho sérias dúvidas. Há muitas questões envolvidas: o ministério é um exercício de poder? A resposta de facto estou farto de a saber: se é! Mas interessava pensar a questão do ministério. Um leigo e um padre, do ponto de vista católico (do ponto de vista protestante a questão não se põe) apenas se distinguem pela função?

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  3. Confesso de de danças nada sei...
    Certamente é por isso que não entendo os fundamentos da não ordenação de mulheres...
    O único argumento que vislumbro (embora com ele não concorde) é o da tradição. Quanto ao mais, não vejo o que possa impedir uma mulher de ser sacerdote. Isto é, requer alguma competência / requisito que as mulheres não tenham?
    Também já tempos houve em que em Portugal as mulheres não podiam ser juízes, nem militares, nem polícias. Como me dizia uma antiga Colega, só quando estas funções deixaram de interessar aos homens (ou havia poucos homens interessados) passram a admitir mulheres.
    Quando a crise de Igreja for mesmo funda, e não houver mais homens a querer ser ordenados, n\ao tenho dúvidas: vão buscar as mulheres.
    Mas é triste que assim seja. Pois não é ao jeito de Jesus. Parece-me.

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  4. Alguém traga uma boa garrafa de tinto e ponha um tango a tocar que a conversa é boa e demorada ;-), tragam também uns clinex que vamos suar.
    Bruno

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  5. E um queijinho do alentejo também ajudava...
    Isto ainda pode dar um rico debate na FAVA.
    Que vos parece?

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  6. Eu começo a perguntar-me se não estaremos com um problema de género (de que falava o Armando) só estarmos homens a falar deste tema.
    Acho que sim Paulo... dava um belissimo debate
    Boa noite a tod@s
    Bruno

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