2020-06-05

Franz Jägerstätter: o filme, a crítica, a memória

Está para estrear, creio, pois com este tempo não se sabe, o novo filme de Terrence Malick, Uma vida escondida. O argumento do filme é a vida e morte de Franz Jägersätter, um homem do campo que na Áustria dos anos 40 recusa o serviço militar por objecção de consciência ao poder nazi. A decisão valeu-lhe não apenas a morte, mas também a hostilidade ou indiferença dos seus companheiros de fé na paróquia e na diocese (o bispo com quem se encontrou e que, por medo, não apoiou a decisão de Jägerstätter). Dado que a crítica em Portugal me parece muito embirrada com a retórica do realizador (e eu creio que crítica de cinema não deve ser apenas sobre cinema); porque creio que vale a pena fazer memória deste homem singular que, tal como escreveu um seu biógrafo americano, deu um testemunho solitário; porque a sua memória ainda foi um escolho mesmo depois da guerra (a sentença do tribunal militar que o condenou à morte, só foi anulada em 1997), aqui fica recordada esta figura que merece a nossa lembrança e conhecimento.

2 comentários:


  1. Bem hajas por chamares a atenção para este filme « Uma vida escondida » As criticas francófonas que encontrei eram bastante favoráveis. Quando estava anunciado para os cinema de Bruxelas apareceu o coronavirus.
    A vida real da personagem central do filme FRANZ JAGERSTATTER é cheia de interesse por todas as facetas tão humanas e um casamento de amor que mudou a vida dele.
    A questão do valor da consciência e da suas decisões está no centro da vida dele e é sempre actual.

    Junto um breve relato dum contemporâneo
    Em Agosto de 1943, na prisão militar de Berlim-Tegel, um preso no corredor da morte com grande dificuldade escreve as seguintes linhas:
    "Mesmo estando a escrever com as mãos acorrentadas, é melhor do que ter minha vontade acorrentada.
    Às vezes Deus manifesta-se dando força àqueles que o amam e que não colocam as coisas terrenas acima das realidades eternas.
    Nem a masmorra, nem as correntes, nem mesmo a morte podem separar alguém do amor de Deus, privando-o de sua fé e seu livre arbítrio. O poder de Deus é invencível ”.
    Depois de bastantes anos de incompreensão, este “mártir da consciência” foi beatificado pela Igreja Católica em 2007, na presença de sua esposa de 94 anos.



    ResponderEliminar
  2. Nunca tinha ouvido falar de Franz Jägersätter, mas vou tentar ver o filme, pois vejo que é um testemunho de atitudes raras mas mesmo necessárias e que nos ajudam e inspiram. Obrigado!

    ResponderEliminar