2021-04-25

25 de abril - por quem o viveu



 

No dia em que passam 47 anos sobre a revolução do 25 de Abril, aqui fica um testemunho de quem a viveu por dentro: Luís da Costa Correia, capitão-tenente na época, e que participou no "movimento que levou à realização do levantamento militar em 1974, bem como na ocupação da DGS (ex-Pide)". 

A história de fez-se de muitos gestos de coragem de pessoas concretas, que prontamente disseram sim, sem cálculos.

"O Comandante Pinheiro de Azevedo, perguntou-me então e de imediato se eu aceitaria ser o comandante superior das Forças que se iriam deslocar para proceder à ocupação da sede da DGS/PlDE, bem como e se necessário para obter previamente a adesão do Almirante Ferreira de Almeida, Chefe do Estado-Maior da Armada, ao movimento militar, tendo eu de pronto respondido afirmativamente." 

(...)

"Dirigi-me então ao local onde onde o Tenente Lobo Varela me aguardava com a sua força (uma Companhia de Fuzileiros "ad-hoc") tendo dirigido a todo o pessoal uma breve alocução explicando que o objectivo principal era a instituição de um sistema democrático no país, em que a liberdade de opinião e de imprensa seriam a pedra de toque."

Aqui pode ler-se o texto completo


Importa também ver o notável discurso do Presidente da República, hoje no Parlamento, com o seu apelo a que o país faça as pazes com a sua história, com os seus sucessos e fracassos.



 

 

6 comentários:

  1. Boas tardes!
    Fico muito sensibilizado por esta iniciativa, agradecendo-a vivamente, e desejando que a vossa Comunidade continue solidariamente aspergindo as vossas convicções - que não deixam de penetrar, por pouco que seja, nas rochas mais duras e profundas.
    Luís.

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  2. Apreciei devidamente o que fez, incluindo os seus textos.

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    1. Muito grato pelo seu tão incentivador comentário !

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  3. Acho digna de um filme, e dos bons, a cena em que chega à fala com Silva Pais (no texto Sobre a ocupação da sede da DGS/PIDE - 1974). Silva Pais já se dispunha a retirar da parede os retratos de Salazar, de Américo Tomás e de Marcelo. O espírito da gente é muito segundas-e-sábados, lá diz o Rosa...

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    1. Nunca tinha pensado em tal perspectiva (cinematográfica) mas aquele dia foi fértil em episódios, além do que se refere ao apear dos retratos - bem simbólico... - pois o diálogo sobre as escutas (Senhor Major, não me diga que a DGS escutava o povo!), a recepção do documento em que o general Spínola nomeava o inspector Coelho Dias novo diretor-geral de segurança, e a pistola de um inspector- proporcionariam cenas interessantes...

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  4. E não é só a questão do potencial cinematográfico das cenas. Colocar isso em cinema ou em livro daria uma versão em contraste com as versões do sobre o 25 de Abril de que dispomos e que oscilam entre a retórica épico-lírica (como a do poema da Sophia) e a retórica piedosa ou hagiográfica --- todas desculpáveis se pensarmos na relação familiar que temos com o 25 de Abril: somos filhos do acontecimento fundador da democracia e não podemos atentar contra o pai ou a mãe. Mas a história deve questionar esses afectos quando tomados por motivo condutor da indagação histórica... penso.

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